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    “Queremos mensagem clara que condene o que aconteceu”, diz embaixador da União Europeia

    Representantes de países do G7 deram declaração conjunta em relação ao posicionamento do Brasil perante a guerra na Ucrânia

    Carla Bridida CNN , em Brasília

    Em reunião realizada na Embaixada da Alemanha em Brasília nesta sexta-feira (25), os embaixadores da Ucrânia, Alemanha, Estados Unidos, França, Japão, Reino Unido e União Europeia cobraram novamente, por parte do governo brasileiro, um posicionamento claro de condenação à guerra em solo ucraniano.

    Em declaração à imprensa, o representante da UE, Ignacio Ybáñez, afirmou que os países do G7 estão passando uma mensagem muito clara ao governo brasileiro.

    “Estamos convencidos que estamos sendo ouvidos pelo governo brasileiro. Queremos ouvir uma mensagem clara que condene o que aconteceu. Ninguém pode considerar que está fora da mesa, sobretudo um país que está no Conselho de Segurança da ONU”, pontuou o diplomata.

    É um consenso de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve condenar pessoalmente a ofensiva militar da Rússia contra o país vizinho. Para a embaixadora da França no Brasil, Brigitte Collet, um passo importante para o posicionamento do Brasil perante a guerra será o voto dado ainda nesta sexta em Nova York no Conselho de Segurança da ONU, que deve definir uma resolução que condena a invasão da Rússia. “Esperamos que o Brasil vote a favor dessa resolução que será uma resolução firme, uma resolução forte”.

    A avaliação de interlocutores é de que não será possível ao governo brasileiro ficar no meio-termo, já que o texto deve ser aprovado ou vetado. Mas, mesmo assim, quem representa o país é o próprio presidente da República, que até o momento não se posicionou contra o presidente russo Vladimir Putin.

    Para o Embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, é de que qualquer país pode ser afetado, caso as ações do governo russo não sejam condenadas. “Se a comunidade internacional não responder de forma resoluta, amanhã nenhum membro da ONU poderá ter a certeza de que suas fronteiras estão garantidas”, afirmou aos jornalistas.

    Ele pontuou que o Brasil listou prioridades ao integrar o Conselho de Segurança da ONU: “a primeira foi a defesa da Carta das Nações Unidas e a defesa dos princípios do direito internacional”.

    “Apoio excepcional”

    Questionado a respeito da afirmação do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, de que o país estaria isolado, o embaixador Anatoliy Tkach ponderou a atuação dos países aliados com as sanções econômicas aplicadas.

    “Nesse momento a Ucrânia tem um apoio excepcional dos países de toda a comunidade internacional. Cada passo dado pela Rússia recebe uma resposta com as sanções dadas pelos países do mundo como a condenação das ações. E também a ajuda militar e financeira para a Ucrânia. Nós temos apoio sem precedentes”.

    O país, por não ser membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não receberá tropas americanas, que estão sendo posicionadas em países próximos ao conflito.

    O embaixador alemão não descartou a opção de mais sanções serem aplicadas contra a Rússia, como a retirada do sistema financeiro Swift, o que na avaliação dos países isolaria ainda mais os russos da integração financeira. “Existem outras opções na mesa com o tempo”, afirmou.