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    Quem é o novo primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, de 34 anos

    Premiê é o mais jovem a assumir o cargo e também o primeiro abertamente gay

    Priscila Yazbekda CNN , Paris

    O novo primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, de 34 anos, é o mais jovem a ocupar o cargo na história da Quinta República da França, iniciada em 1958.

    O político, nomeado pelo presidente francês Emmanuel Macron nesta terça-feira (9), também é o primeiro chefe de governo abertamente gay da história do país, o que o torna um dos políticos LGBT mais proeminentes e poderosos do mundo.

    Além disso, o jovem primeiro-ministro chama atenção pela ascensão meteórica na política e por ser cotado como um possível sucessor de Macron.

    Por outro lado, Attal também desperta críticas entre partidos de esquerda que o acusam de adotar medidas populistas e conservadoras, como a proibição das abayas (túnica usada por muçulmanas) nas escolas, na tentativa de atrair o eleitorado da extrema-direita de Marine Le Pen.

    Veja a seguir seis fatos para entender quem é o novo primeiro-ministro francês, Gabriel Attal.

    1) Família rica

    Gabriel Nissim Attal nasceu em 16 de março de 1989, em Clamart, uma comuna que fica na região metropolitana de Paris, em uma família de classe alta.

    Seu pai, Yves Attal, é judeu, de origem tunisiana, e foi advogado e produtor de cinema. Ele trabalhou em filmes como “Stiletto Heels”, de Pedro Almodóvar, em 1991; “The Monster”, de Roberto Benigni, em 1994; e “Stolen Beauty”, de Bernardo Bertolucci, em 1996.

    Sua mãe, Marie de Couriss, também era funcionária de uma produtora de cinema. É cristã ortodoxa, descendente de russos de origem grega.

    Attal cresceu em alguns dos bairros mais nobres de Paris e já admitiu em entrevistas que “teve a sorte de ter nascido em um ambiente rico”.

    Ele estudou na famosa École Alsacienne, frequentada pela elite parisiense. Em entrevista à emissora francesa TF1, Attal contou que quando era criança, seu pai lia biografias de Napoleão para ele.

    2) Interesse pela política aos 13 anos

    A trajetória política de Gabriel Attal se iniciou cedo, aos 17 anos, quando ele ingressou no Partido Socialista (PS) em 2006. Mas seu interesse pelo tema começou muito antes.

    De acordo com relatos de Attal a jornais franceses, seus pais o levaram a uma manifestação em 2002 contra a presença do líder de extrema-direita Jean-Marie Le Pen, pai de Marine Le Pen, no segundo turno das eleições presidenciais.

    Ele tinha 13 anos à época e diz que essa foi a virada de chave que o despertou para o mundo da política.

    Attal ingressou no PS quando fazia parte do movimento de Dominique Strauss-Kahn, ex-ministro da Economia francês e ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), que colaborou para a implementação do euro, e posteriormente foi alvo de acusações de abuso sexual.

    Enquanto estava na faculdade, na prestigiada Sciences Po, Attal fez parte do comitê de apoio à Íngrid Betancourt, ativista franco-colombiana sequestrada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

    3) Eleito o político mais popular em 2023

    Gabriel Attal foi eleito a personalidade política preferida dos franceses, segundo a pesquisa Ipsos-Le Point, de dezembro de 2023.

    Desde 2018 no governo Macron e leal ao presidente, o novo primeiro-ministro francês já ocupou quatro cargos diferentes. Atuou como porta-voz do governo durante a pandemia da Covid-19, depois como ministro de Obras Públicas e, em julho do ano passado, foi nomeado ministro da Educação.

    Como porta-voz do governo, virou um rosto familiar na política francesa e passou a ser reconhecido como um bom comunicador.

    4) Dono de projetos polêmicos, como a proibição de abayas

    Entre os projetos aprovados como ministro da educação, Attal criou um plano de combate ao bullying escolar e implementou aulas de empatia nas escolas primárias.

    Mas uma das medidas de maior repercussão foi a proibição das abayas nas escolas públicas, as túnicas usadas por mulheres muçulmanas.

    Junto ao ministro do Interior, Gerald Darmanin, de 40 anos, Attal é visto como uma estrela em ascensão e um dos cotados para assumir o lugar de Macron quando ele deixar o cargo em 2027.

    Opositores afirmam que ambos os políticos vêm recorrendo a discursos anti-imigração e falas conservadoras para aumentar sua popularidade e frear a ascensão de membros da extrema-direita, como Marine Le Pen.

    5) Primeiro chefe de governo abertamente gay

    Gabriel Attal afirmou abertamente que é gay em 2018, durante uma entrevista, para pôr fim aos rumores sobre sua vida privada que circulavam na Assembleia Nacional.

    Em 2017, ele assinou um Pacto Civil de Solidariedade (Pacs, equivalente ao contrato de união estável no Brasil) com o ex-conselheiro de Macron e atual deputado do parlamento europeu Stéphane Séjourne.

    Em 2021, o jornal francês Le Monde publicou uma reportagem intitulada “Stéphane Séjourné e Gabriel Attal, um casal no centro do poder”. No artigo, o jornal afirma que Attal conheceu Séjourné em 2015, quando ele era assessor da ministra da Saúde, Marisol Touraine, e Séjourné era assessor do então ministro da Economia, Emmanuel Macron. “Foi uma paixão imediata entre os dois”, relata o Le Monde.

    Embora existam rumores de separação do casal, nenhum deles confirma ou nega.

    6) Vítima de bullying

    Em uma entrevista à TF1, em novembro do ano passado, Attal revelou que foi vítima de bullying quando era adolescente e estudava na École Alsacienne.

    Ele conta que estava no final do Ensino Médio, com 14 ou 15 anos, e um aluno da escola criou um site com comentários sobre o físico dos alunos.

    “Nessa ocasião, experimentei uma enxurrada de insultos. Durou vários meses e foi muito violento”, disse o primeiro-ministro durante a entrevista.

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