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    Quem é Jean-Luc Mélenchon? Líder da extrema esquerda integra coalizão da Nova Frente Popular na França

    "Isso representa um enorme alívio para a vasta maioria do nosso povo", afirmou diante de uma multidão entusiasmada

    CNN

    Os franceses foram às urnas neste domingo (07) para votar o segundo turno de uma eleição antecipada convocada pelo presidente Emmanuel Macron. E um dos vitoriosos é o líder da extrema esquerda Jean-Luc Mélenchon, que comanda o partido França Insubmissa (LFI), que é um dos cinco partidos do Novo Frente Popular de esquerda (NFP), a coalizão de esquerda vitoriosa neste domingo.

    Mélenchon foi candidato à Presidência da França três vezes (em 2012, 2017 e 2022, melhorando seus resultados a cada eleição em relação à anterior).

    Atualmente, ele lidera o partido França Insubmissa e encabeça o Novo Frente Popular de esquerda, que inclui socialistas, comunistas, Verdes e Place Publique, liderada pelo popular membro do Parlamento Europeu Raphaël Glucksmann.

    Mélenchon declarou neste domingo que houve “uma magnífica onda de mobilização cívica” e que o povo francês “claramente rejeitou o pior cenário possível”, pouco depois dos resultados preliminares serem divulgados.

    “Isso representa um enorme alívio para a vasta maioria do nosso povo”, afirmou diante de uma multidão entusiasmada. “Essas pessoas se sentiam terrivelmente ameaçadas. Podem ter certeza de que venceram”.

    Mélenchon também abordou o que pode acontecer a seguir, já que nenhum partido deverá conseguir maioria. “O presidente tem o dever de convocar o Novo Frente Popular para governar”, acrescentou.

    Mélenchon, de 72 anos, está na cena política francesa há décadas, aperfeiçoando sua eloquência enquanto abraça sem concessões as ideias da esquerda. Anteriormente membro do Partido Socialista, ocupou cargos ministeriais em governos anteriores.

    Nascido em Tânger, Marrocos, em 1951, Mélenchon é formado em Filosofia e Letras Modernas. Como ativista socialista, tornou-se o senador mais jovem da França em 1986. É autor de 19 livros, incluindo “A Era do Povo”, onde expõe sua teoria da revolução cidadã, conforme seu site oficial.

    Desde as eleições de 2017, Mélenchon tem se destacado pelos debates presidenciais, combinando sagacidade, habilidade de conversação e uma forma simples de se expressar.

    Mesmo sendo uma figura divisiva na política francesa, Mélenchon atrai tanto entusiasmo quanto críticas por suas propostas ousadas de impostos e gastos, sua retórica sobre luta de classes e suas posições controversas em política externa, especialmente em relação a Gaza, conforme relatado pela Reuters. Críticos o acusam de antissemitismo, acusação que ele nega.

    Até 2012, Mélenchon era um candidato marginal, mas o cenário político mudou radicalmente desde então, tornando-o popular entre os eleitores mais jovens, nas redes sociais e também com um canal popular no YouTube.

    A formação da aliança de esquerda aconteceu após Macron convocar eleições antecipadas devido aos maus resultados nas eleições parlamentares europeias.

    O Novo Frente Popular visa reviver o Front Populaire que chegou ao poder em 1936 para combater a extrema direita, implementando políticas sociais como a semana de trabalho de 40 horas e licenças remuneradas para os trabalhadores.

    A estratégia parece ter funcionado, com o Novo Frente Popular ficando em segundo lugar na primeira rodada eleitoral, atrás apenas da Agrupação Nacional e à frente do partido majoritário atual do presidente Emmanuel Macron.

    Em resumo, Mélenchon e seu partido desempenham um papel crucial na política francesa contemporânea, enfrentando a ultradireita em uma disputa intensa pelo poder parlamentar.