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    Guerra na Síria dificulta resgate de vítimas e reconstrução do país após terremoto

    País não recebeu a mesma quantidade de ajuda humanitária que a Turquia e está com falta de suprimentos; conflitos já duram mais de uma década

    Da CNN

    O forte terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o sudeste da Turquia na segunda-feira (6) também teve enormes efeitos na Síria, um país devastado por mais de uma década de guerra civil cuja parte mais afetada foi justamente aquela sob o controle dos rebeldes.

    O sismo deixou um saldo de mais 25 mil mortos e 85 mil feridos até o momento nos dois países. Somente na Síria, a estimativa é de que pelo menos 3.500 pessoas tenham morrido, enquanto mais de 5.200 se feriram.

    Mas o que dificultou enormemente a resposta ao terremoto é que ainda há partes da Síria controladas por rebeldes e partes sob o controle do governo do presidente Bashar al Assad, acusado de usar armas químicas. As duas partes estão envolvidos em um conflito armado.

    A entrega de suprimentos urgentes para essas áreas é desigual: apenas dois comboios de ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU) entraram no noroeste da Síria, controlado pelos rebeldes, através da única passagem de fronteira autorizada na Turquia desde o terremoto de segunda-feira, enquanto o governo de Assad recebeu carregamentos de ajuda de países ao redor do mundo.

    Enquanto isso, quase 11 milhões de pessoas foram afetadas pela catástrofe na Síria, segundo a ONU.

    Há também 3,6 milhões de refugiados sírios, segundo dados da Human Rights Watch, a maioria assentados na fronteira entre a Turquia e a Síria e que foram afetados pelo terremoto.

    Presidente da Síria critica o Ocidente

    Em seus primeiros comentários desde o terremoto, o presidente sírio, Bashar al-Assad, disse a repórteres que os países ocidentais “não têm consideração pela condição humana”.

    Assad e sua esposa, Asma, percorreram diversos locais afetados pelo terremoto e visitaram sobreviventes em um hospital em Aleppo, segundo imagens divulgadas pela agência de notícias estatal Sana.

    A mídia estatal e funcionários do governo sírio culparam a falta de ajuda humanitária e o impedimento das equipes de resgate às sanções dos Estados Unidos e da União Europeia.

    Os EUA reiteraram que as sanções não se aplicam a esforços humanitários e, na sexta-feira (10), o Departamento do Tesouro norte-americano emitiu uma “Licença-Geral” autorizando por 180 dias “todas as transações relacionadas ao socorro pós-guerra”.

    O Ministério das Relações Exteriores da Síria chamou a decisão do Tesouro dos EUA de um movimento destinado a dar uma “falsa impressão de humanidade”, de acordo com a Sana.

    Enquanto isso, o Programa Mundial de Alimentos (PAM) pede maior acesso aos territórios sírios afetados pelo terremoto para repor os suprimentos de ajuda que foram esgotados, disse David Beasley, diretor do programa, em comunicado à CNN.

    “Os estoques que temos estão acabando rapidamente, especialmente rações prontas para consumo, e precisam ser reabastecidos rapidamente. Para fazer isso, precisamos de acesso”, disse Beasley.

    No passado, a ajuda entrava no noroeste da Síria via Turquia, na fronteira de Bab Al Hawa, o único ponto de entrada autorizado por resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

    Uma resolução propondo mais aberturas de fronteira entre a Turquia e a Síria foi vetada pela Rússia e pela China.

    O PMA pretende fornecer refeições prontas para 100 mil pessoas no noroeste da Síria e fornecer rações regulares para 1,4 milhão de pessoas com parceiros prontos para distribuição.

    “O noroeste da Síria é uma catástrofe após uma catástrofe”, disse Beasley.

    O governo sírio aprovou na sexta-feira o envio de ajuda ao território rebelde no noroeste do país, segundo um comunicado, mas não deu prazos.

    As autoridades sírias alegaram repetidamente que o governo está “preparado” para enviar ajuda aos territórios controlados pelos rebeldes, mas nenhuma ajuda fluiu dos territórios do governo desde o terremoto de segunda-feira.

    Este conteúdo foi criado originalmente em espanhol.

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