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    QAnon, atleta, advogado: o que aconteceu com os invasores mais famosos do Capitólio

    Jacob Chansley, o chamado “QAnon Shaman”, foi condenado a 41 meses de prisão nesta semana pelo ataque em 6 de janeiro

    Anna Gabriela Costada CNN* , em São Paulo

    Um dos manifestantes mais icônicos da invasão ao Capitólio dos Estados Unidos, em 6 de janeiro deste ano, Jacob Chansley, o chamado “QAnon Shaman”, foi condenado a 41 meses de prisão nesta semana. Além de Chansley, outros envolvidos no ataque foram identificados e punidos pela Justiça do país.

    O Departamento de Justiça pediu que Chansley recebesse uma sentença severa para dar o exemplo entre os manifestantes de 6 de janeiro. Os promotores classificaram Chansley como símbolo de uma multidão bárbara.

    Fotos dele no Capitólio se tornaram virais devido a sua aparência bizarra enquanto conduzia outros integrantes pelo Congresso, gritando em um megafone. “QAnon Shaman”  foi um dos primeiros 30 manifestantes a entrar no prédio.

    QAnon e Proud Boy são duas facções de extrema-direita, que o presidente Donald Trump repetidamente se recusou a condenar durante sua campanha eleitoral no ano passado. A QAnon começou como uma teoria da conspiração única. Mas seus seguidores agora agem mais como um culto virtual, adorando e acreditando intensamente em qualquer desinformação que a comunidade da conspiração distribua.

    Mais de 660 réus enfrentam acusações pelo ataque ao Capitólio, no qual partidários de Trump tentaram impedir o Congresso de certificar a vitória eleitoral do democrata Joe Biden. O republicano afirmou falsamente que perdeu por causa de uma fraude generalizada de eleitores.

    Confira abaixo o que ocorreu com outros envolvidos na invasão ao Capitólio:

    Paul Hodgkins

    Residente da Flórida, Paul Hodgkins, de 38 anos, é o primeiro manifestante do Capitólio acusado de um crime. Ele se confessou culpado em junho por obstruir os procedimentos do Congresso — especificamente, a contagem dos votos eleitorais, que ele ajudou a atrasar ao invadir a Câmara do Senado em 6 de janeiro.

    Hodhkins passou cerca de 15 minutos dentro do Capitólio, vestindo uma camisa de Donald Trump e carregando uma bandeira do ex-presidente.

    A sentença é menor do que os 18 meses que o Departamento de Justiça pediu. Hodgkins estava buscando liberdade condicional. Ele foi sentenciado a oito meses de prisão.

    Klete Keller

    O nadador olímpico Klete Keller se confessou culpado nesta quarta-feira (29) de uma acusação de crime de obstrução dos procedimentos do Colégio Eleitoral na invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, no dia 6 de janeiro deste ano.

    Em um movimento surpresa, Keller, que ganhou medalhas de ouro na natação dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, ainda planeja cooperar com o Departamento de Justiça e potencialmente testemunhar contra outros supostos invasores.

    O acordo com o nadador sugere que os promotores podem tentar usá-lo como uma peça-chave nos próximos julgamentos, contando com sua notoriedade como  medalhista olímpico.

    Keller foi acusado de “entrar ou permanecer intencionalmente em prédio ou terreno restrito sem autoridade legal, entrada violenta e conduta desordenada” no Capitólio e “obstrução da aplicação da lei envolvida em deveres oficiais em desordem civil”, de acordo com documentos arquivados no Tribunal Distrital dos EUA em Washington.

    Mark Leffingwell

    Um ex-membro da Guarda Nacional que serviu no Iraque se declarou culpado, em 26 de outubro, de uma acusação de agressão a um policial do Capitólio dos EUA durante o motim de 6 de janeiro por partidários do então presidente Donald Trump.

    Mark Leffingwell, 52, foi preso por acusações federais relacionadas a distúrbios pouco depois do ataque, mas foi libertado sob fiança após um breve período de detenção.

    Leffingwell se confessou culpado de atacar o policial Daniel Amendola durante o ataque à sede do governo dos EUA.

    Paul Davis

    Paul Davis, um advogado do Texas, deixou de fazer parte da equipe da Goosehead Insurance, depois que postagens na mídia social mostraram ele falando sobre sua participação no ataque ao Capitólio. Em um vídeo, Davis diz, “estamos todos tentando entrar no Capitólio para impedir isso (a contagem de votos)”.

    Em outras postagens no recurso Stories do Facebook, Davis disse que estava “manifestando pacificamente” o tempo todo, e não estava tentando invadir ativamente o Congresso americano. “Eu disse ‘tentando entrar no Capitólio’, querendo expressar um protesto. Não de forma violenta”, escreveu ele.

    Na quinta-feira, uma conta do Twitter pertencente à empresa com sede em Westlake, no Texas, tuitou: “Paul Davis, Conselheiro Geral Associado, não é mais empregado de Goosehead.”

    A CNN americana entrou em contato com Goosehead para mais comentários sobre o caso e foi direcionada a uma mensagem de correio de voz que dizia: “o funcionário Goosehead envolvido no Capitólio não está mais empregado.”

    Não está claro se Davis deixou a empresa ou foi demitido. A CNN entrou em contato com Davis para comentar, mas não obteve resposta.

    Enrique Tarrio

    Enrique Tarrio, líder do Proud Boys, grupo de extrema-direita dos Estados Unidos, foi condenado em agosto a cinco meses de prisão por queimar uma placa da campanha contra a violência racial “Black Lives Matter” de uma igreja em dezembro.

    A sentença também o condena por levar munições de rifle de alta capacidade para a capital Washington dias antes da invasão do Capitólio dos EUA, por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, em janeiro, após sua derrota nas eleições de 2020.

    Tarrio, que lidera a organização extremista de direita desde 2018, confessou ser culpado em julho das duas contravenções.

    Steve Bannon

    Aliado e ex-conselheiro do ex-presidente Donald Trumo, Steve Bannon não participou da invasão ao prédio, entretanto, foi indiciado por desacato ao Congresso dos Estados Unidos por se recusar a contribuir com as investigações.

    Bannon, 67, foi acusado na semana passada de um processo relacionado à sua recusa em comparecer para um depoimento e outro relacionado à sua recusa em apresentar documentos para o comitê da Câmara que investigava o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos.

    Os promotores não procuram deter Bannon antes do julgamento. Sob condições aprovadas pelo juiz, Bannon concordou em fazer check-ins semanais, entregar seu passaporte, notificar qualquer viagem para fora do distrito e buscar a aprovação do tribunal para viagens fora do território continental dos Estados Unidos.

    (*Com informações da CNN norte-americana)

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