Putin diz que “operação especial” na Ucrânia é pretexto usado pelo Ocidente para sanções
Segundo o presidente da Rússia, reação de outros países é igual a de quando a Crimeia foi anexada, em 2014, e tem o objetivo de enfraquecer o país
Oito anos após um referendo sobre a anexação da Crimeia, na Ucrânia, pela Rússia, o presidente Vladimir Putin afirmou que os países ocidentais utilizam a “operação especial” para aplicar sanções e enfraquecer a Rússia.
“É apenas um pretexto para o Ocidente aplicar sanções. Claro que elas estão se concentrando agora, mas foi a mesma coisa para o Ocidente que aconteceu no mesmo dia, em 16 de março de 2014”, disse Putin em um pronunciamento por vídeo nesta quarta-feira (16).
O chefe de Estado adicionou que “a política de conter e enfraquecer a Rússia inclui isolamento e sanções econômicas. O bloqueio é uma estratégia a longo prazo”.
De acordo com consultorias internacionais, a Rússia pode “dar calote” pela primeira vez de 1918. Metade das reservas estrangeiras do país – cerca de US$ 315 bilhões – foram congeladas por sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia.
Além disso, o rublo, a moeda russa, perdeu significativamente o valor e dezenas de empresas estrangeiras deixaram o país nas últimas semanas.
Biden e Otan comentam guerra na Ucrânia
Também nesta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou Vladimir Putin de “criminoso de guerra”.
Mais cedo, o americano anunciou um pacote de assistência militar à Ucrânia de US$ 800 milhões. Durante o discurso, Biden disse que a “a guerra na Ucrânia nunca será uma vitória para Putin”.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, também falou sobre o conflito e pediu paz. Mesmo assim, destacou que o bloco não enviará tropas tanto pelo “solo quanto pelo ar” ao país do Leste Europeu.
Isso acontece após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenksy, requisitar diversas vezes uma zona de exclusão aérea sobre seu território.
Na próxima semana, a Otan fará uma reunião extraordinária para discutir a crise na Europa. Biden estará presente no evento.