Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Putin diz que marinha da Rússia usará mísseis hipersônicos em 2022

    Testes com míssil de cruzeiro Tsirkon estão quase concluídos, segundo o presidente russo; medida é tentativa de avançar na corrida armamentista

    Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião em Sochi
    Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião em Sochi Foto: Reuters

    Da Reuters

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (4) que os testes do míssil de cruzeiro hipersônico russo Tsirkon estão quase concluídos e as entregas para a marinha russa começarão em 2022.

    A medida é parte de uma tentativa de Moscou de avançar na corrida armamentista com os Estados Unidos e outros países para implantar a próxima geração de armas de longo alcance que são mais difíceis de detectar e interceptar.

    No mês passado, a Rússia disse que testou com sucesso o lançamento de um míssil Tsirkon de um submarino pela primeira vez.

    Armas para “fortalecer ainda mais” segurança do país

    Segundo o presidente russo, as armas são para “fortalecer ainda mais” a segurança do país e combater possíveis ameaças militares.

    “Agora é especialmente importante desenvolver e implementar as tecnologias necessárias para criar novos sistemas de armas hipersônicas, lasers de alta potência e sistemas robóticos que serão capazes de combater efetivamente possíveis ameaças militares, o que significa que irão fortalecer ainda mais a segurança do nosso país “, disse.

    Putin revelou ainda que durante testes o míssil atingiu com sucesso alvos terrestres e marítimos quando disparado de debaixo d’água ou de navios de superfície.

    Alguns especialistas ocidentais questionaram o grau de avanço da nova geração de armas russas, embora reconheçam que a combinação de velocidade, capacidade de manobra e altitude dos mísseis hipersônicos os torna difíceis de rastrear e interceptar.

    Como funcionam os mísseis hipersônicos

    Os mísseis hipersônicos viajam a mais de cinco vezes a velocidade do som na alta atmosfera, ou seja, a cerca de 6.200 quilômetros por hora.

    Estas armas são mais lentas do que um mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), mas a forma do veículo de deslizamento hipersônico permite que ele manobre em direção a um alvo ou se afaste das defesas.

    Combinar um veículo planador com um míssil que pode colocá-lo parcialmente em órbita – o chamado sistema de bombardeio orbital fracionário (FOBS) – pode privar os adversários do tempo de reação e dos mecanismos tradicionais de defesa.

    Os ICBMs, por outro lado, carregam ogivas nucleares em trajetórias balísticas que viajam para o espaço, mas nunca alcançam a órbita.

    Tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética estudaram o FOBS durante a Guerra Fria, e a URSS implantou esse sistema no início da década de 1970.

    Pessoas em Seul assistem reportagem na TV sobre lançamento de míssil feito pela Coreia do Norte /

    Ele foi retirado de serviço em meados da década de 1980. Os mísseis balísticos lançados por submarino tinham muitas das vantagens do FOBS – reduzindo o tempo de detecção e tornando impossível saber de onde viria um ataque – e foram considerados menos desestabilizadores do que FOBS.

    Quem lidera a corrida armamentista por mísseis hipersônicos

    O jornal britânico Financial Times relatou em outubro que a China havia lançado um foguete carregando um veículo planador hipersônico que voou pelo espaço, circulando o globo antes de descer em direção ao seu alvo.

    Em julho, a Rússia testou com sucesso um míssil de cruzeiro hipersônico Tsirkon, que Putin elogiou como parte de uma nova geração de sistemas de mísseis. Moscou também testou a arma de um submarino pela primeira vez – e houve outro teste em outubro.

    Os Estados Unidos disseram no final de setembro que testaram uma arma hipersônica que sustenta o voo por si mesma através da atmosfera como um míssil de cruzeiro – marcando o primeiro teste bem sucedido desta classe de arma desde 2013.

    O Departamento de Estado disse em outubro, após o fracasso de outro teste, que queria que os empreiteiros de defesa reduzissem o custo final das armas hipersônicas, já que os mísseis de alta velocidade atualmente em desenvolvimento custam dezenas de milhões por unidade.

    Dias depois do anúncio dos Estados Unidos, a Coreia do Norte disparou um míssil hipersônico recém-desenvolvido, chamando-o de “arma estratégica” que aumentou sua capacidade de defesa, embora alguns analistas sul-coreanos tenham classificado o teste como um “fracasso”.

    O que representa a corrida armamentista

    Os testes recentes são os movimentos de uma corrida armamentista perigosa em que nações asiáticas menores estão se esforçando para desenvolver mísseis avançados de longo alcance ao lado de grandes potências militares.

    Armas hipersônicas e FOBS podem ser motivo de preocupação, pois podem potencialmente escapar dos escudos antimísseis e dos sistemas de alerta precoce.

    Alguns especialistas alertaram para a importância de mísseis como o que a China testou em agosto.

    “A China já tem cerca de 100 ICBMs com armas nucleares que podem atingir os Estados Unidos”, disse Jeffrey Lewis, especialista em mísseis do Centro James Martin para Estudos de Não-Proliferação, com sede nos Estados Unidos.

    (Este texto é uma tradução. Para ler o original, em espanhol, clique aqui)