Putin amplia combate a espionagem e controle sobre fronteiras russas
Presidente da Rússia disse que "é necessário identificar rapidamente traidores, espiões e sabotadores"
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta segunda-feira o fortalecimento das fronteiras da Rússia e instruiu os serviços especiais a manter o controle de reuniões de massa e garantir a segurança das pessoas nas regiões da Ucrânia que Moscou reivindica como suas, relataram agências de notícias.
“O trabalho deve ser intensificado por meio dos serviços de fronteira e do Serviço Federal de Segurança (FSB)”, disse Putin, segundo a agência de notícias estatal russa RIA.
“E ela (a fronteira) deve ser coberta de forma confiável. Qualquer tentativa de violá-la deve ser frustrada de forma rápida e eficaz usando quaisquer forças e meios que temos à nossa disposição, incluindo unidades de ação móveis e forças especiais.”
Falando no Dia dos Serviços de Segurança, que é amplamente comemorado na Rússia, Putin instruiu as forças a aumentar o controle da sociedade e maximizar seu “uso do potencial operacional, técnico e pessoal” para prevenir riscos vindos do exterior e traidores internos.
“Máxima compostura e concentração de forças agora é exigida das agências de contraespionagem, incluindo inteligência militar”, disse a agência estatal Tass, citando Putin.
“É necessário reprimir severamente as ações dos serviços especiais estrangeiros, identificar rapidamente traidores, espiões e sabotadores”, acrescentou.
Ele também disse que é tarefa dos serviços especiais garantir a segurança das pessoas que vivem em regiões da Ucrânia que Moscou reivindicou em setembro como suas — e que Kiev e seus aliados ocidentais chamaram de anexação ilegal.
“É seu dever fazer todo o necessário para garantir ao máximo sua segurança, respeito por seus direitos e liberdades”, disse Putin, prometendo-lhes mais “equipamentos e armas modernas”.
Não há final à vista para a invasão da Ucrânia pela Rússia, agora em seu 10º mês. O conflito, o maior da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, matou dezenas de milhares de pessoas, expulsou milhões de suas casas e reduziu cidades a ruínas.
Moscou chama sua invasão de “operação especial” para desnazificar e desmilitarizar seu vizinho. Kiev e seus aliados no Ocidente consideram a invasão um ato não provocado de apropriação de terras.
(Reportagem de Lidia Kelly, em Melbourne, e Ronald Popeski, em Winnipeg)