PT rechaça vínculo com Hamas e acusa ‘oportunismo’, mas vive dilema sobre conflito
Parlamentares petistas e de outros partidos de esquerda estão entre os signatários de um manifesto de 2021, contrário à classificação do grupo como terrorista
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Acredita-se que o Hamas esteja abrigando no subsolo um número considerável de combatentes e armas • Reuters
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O conflito entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro quando o grupo extremista islâmic disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar • Reuters
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Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza • REUTERS/Amir Cohen
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Após os ataques aéreos, o Hamas avançou no território israelense e invadiu a área onde estava acontecendo um festival de música eletrônica; mais de 260 corpos foram encontrados no local • Reprodução CNN
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Carros foram deixados para trás pelos motoristas que tentavam fugir do grupo extremista islâmico • Reuters
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Imagens mostram carros abandonados e sinais de explosões após ataque em festival de música eletrônica em Israel • Reuters
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As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou "cerco total" e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino • 13/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
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Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel • Reuters
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Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza • 09/10/2023 REUTERS/Mahmoud Issa
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Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza • Reuters
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Prédios destruídos na Faixa de Gaza • Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel • Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas • REUTERS/Ronen Zvulun
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Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia • Anadolu Agency via Getty Images
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As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza • Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images
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Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7) • Reuters
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Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7) • CNN
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Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel • CNN
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Ataque israelense na Faixa de Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza • Reprodução/Reuters
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023. • Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023. • Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel. • Reuters
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza • 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel • 09/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel • 10/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
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Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses • 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Ataque israelense na Faixa de Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
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Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira • Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza • 09/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza • 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen
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Hospital na Faixa de Gaza usa geladeiras de sorvete para colocar cadáveres devido à superlotação do necrotério • Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images
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Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense no oitavo dia de confrontos na Faixa de Gaza, em 14 de outubro de 2023 • Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
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Homem palestino lava as mãos em uma poça ao lado de um prédio destruído após os ataques israelenses na Cidade de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Embaixada dos EUA no Líbano é alvo de protestos • Reprodução CNN
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Palestinos protestam na Cisjordânia contra ataques de Israel
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Hospital em Gaza é atingido por um míssil • Reprodução
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Hospital atacado em Gaza • Reprodução
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Palestinos procuram vítimas sob escombros de casas destruídas por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza • 17/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Cidadã palestina inspeciona sua casa destruída durante ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 17 de outubro de 2023 em Khan Yunis • Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Tanque de guerra israelense • Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Ataque de Israel contra Gaza • 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem
O alto comando do PT e alguns dos principais líderes da legenda passaram a manhã desta terça-feira empenhados em rechaçar a associação da sigla com os ataques do Hamas contra Israel, que deflagraram a escalada do conflito no último fim de semana. O estopim da crise foi um manifesto, datado de 2021, no qual diversos integrantes da legenda e de outros setores da esquerda se posicionaram contra a classificação do Hamas como organização terrorista.
O documento marcava posição contra a proposta feita à época pela ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel. Uma versão do documento, disseminada nesta terça-feira, citava apenas deputados petistas que endossaram o texto, entre eles os hoje ministros de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Secom, Paulo Pimenta, e o líder da legenda, Zeca Dirceu. Outra versão contemplava dezenas de políticos de esquerda, acadêmicos e entidades. Entre os políticos, havia também diversos parlamentares do PSOL e do PCdoB.
O texto, intitulado “Resistência não é terrorismo!” condena a classificação do Hamas como terrorista. “A resistência é um legítimo direito dos palestinos contra a ocupação e as reiteradas violações dos direitos humanos, bem como os crimes de guerra”, afirma o documento.
Pela manhã, gabinetes de petistas citados foram inclusive mobilizados, para recuperar o manifesto, verificar a veracidade e conferir as condições em que o texto foi assinado. Procurados, petistas como Paulo Pimenta e Zeca Dirceu não responderam aos apedidos da CNN. O ministro Alexandre Padilha foi às redes sociais, onde classificou a informação como “fake news”. De acordo com ele, o texto, atribuído à Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade Aos Povos e Luta Pela Paz), veio no contexto da pandemia, em que havia grande vulnerabilidade de populações em zonas de conflito.
“Naquele momento, estávamos em uma fase aguda da pandemia, que era ainda mais letal para populações mais vulneráveis, como as que vivem em áreas de conflito no Oriente Médio. Assinei esse documento, naquele contexto, porque aumentar o tensionamento com organizações da região tornaria ainda mais difícil garantir ações de cuidado pelos governos locais ou obter ajuda internacional para àquelas localidades, de modo a assegurar cuidados de saúde e água a milhões de inocentes que ali vivem”, escreveu Padilha, reiterando o repúdio aos “atos terroristas praticados nessa semana”.
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Divergências internas
Apesar das manifestações, líderes petistas ouvidos sob reserva pela CNN admitem que o assunto acirrou as tensões dentro da legenda. Setores da sigla mais à esquerda cobram do governo brasileiro uma posição mais incisiva em defesa do povo palestino. Há consenso de que o partido deve condenar os ataques violentos contra civis praticados desde o fim de semana. Mas alguns setores condenam, inclusive, o fato de a nota assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de semana falar em terrorismo ao se referir aos ataques.
Muitos líderes do PT preferiram silenciar diante da polêmica provocada pelo manifesto. Em reservado, fontes ouvidas pela CNN se queixaram de “oportunismo” de adversários e da tentativa “criminalizar” o PT. Em mensagem à CNN, o secretário de Relações Internacionais da legenda, Romênio Pereira, apenas afirmou: “Não tem nenhuma articulação do PT com eles (Hamas)!”.