Protestos prosseguem na França após aprovação de reforma da previdência
Manifestações ocorreram em diversas partes do país do país; partidos de oposição, tanto à direita quanto à esquerda, sinalizara que vão lutar contra a reforma
Os protestos voltaram a eclodir em toda a França, nesta sexta-feira (14) após o tribunal constitucional do país autorizar uma impopular reforma previdenciária, capitaneada pelo presidente do país, Emmanuel Macron.
Os planos do governo são de aumentar a idade legal de aposentadoria de 62 para 64 anos, acrescentando que alguns outros artigos do projeto de lei têm falhas legais.
Como parte da decisão, o Conselho Constitucional também recusou um primeiro pedido de legisladores da oposição para realizar um referendo sobre a reforma previdenciária. Um segundo pedido de última hora apresentado na quinta-feira para realizar um referendo sobre a reforma continua sob consideração.
Embora em menor escala que nos dias anteriores, os protestos seguem em todo o país. Antes da decisão, segurança reforçada estava em vigor em Paris. Não houve registros de confrontos.
A reforma da previdência na França, onde o direito de se aposentar com pensão completa aos 62 anos é profundamente valorizado, é sempre uma questão altamente delicada e ainda mais nos últimos meses com o aumento do descontentamento social com o aumento do custo de vida.
O governo de Macron disse que a reforma é necessária para manter as finanças do sistema previdenciário fora do vermelho nos próximos anos.
Espera-se agora que Macron promulgue a lei neste fim de semana. A partir de setembro, os primeiros aposentados terão que esperar mais três meses para receber suas pensões do estado. Com aumentos regulares e incrementais, até 2030 a idade de aposentadoria chegará aos 64 anos.
“Não estou surpresa”, disse Louise, uma advogada de 23 anos, à CNN. “Acho que o conselho é uma ferramenta política, as nomeações são políticas.”
Os partidos de oposição sinalizaram que vão lutar contra os planos.
O líder de extrema-esquerda Jean-Luc Mélenchon disse que a decisão mostra que o conselho “está mais atento às necessidades da monarquia presidencial do que às do povo soberano”, enquanto Marine Le Pen, de extrema-direita, pediu aos que se opõem às mudanças que votem em ela nas próximas eleições.
(Publicado por Fábio Nascimento)