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    Protestos contra governo de Guillermo Lasso, do Equador, completam 11 dias

    Greve nacional é liderada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas; pelo menos quatro mortes foram registradas

    Manifestantes entram em choque com forças de segurança, em Quito21/06/2022
    Manifestantes entram em choque com forças de segurança, em Quito21/06/2022 REUTERS/Santiago Arcos

    Da CNN

    Os protestos nacionais contra o governo de Guillermo Lasso, presidente do Equador, completam 11 dias. Eles são liderados pela Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie). Entre as exigências, estão a redução dos preços dos combustíveis, solução para o problema do desemprego, regulamentação dos preços dos produtos agrícolas, o combate à criminalidade, entre outras demandas.

    No dia 18 de junho, Lasso declarou estado exceção em três províncias do país andino, em uma tentativa de acalmar os manifestantes. O decreto inclui a mobilização de várias instituições, a implantação de operações coordenadas entre a Polícia e as Forças Armadas, limitação de multidões, toque de recolher que restringe a liberdade de movimento das 22 h às 5 h (horário local) no Distrito Metropolitano de Quito.

    O anúncio do presidente foi acompanhado de uma lista de decisões sobre questões econômicas, a fim de aliviar o que ele chamou de “a difícil situação de muitas famílias”. Entre elas, estão aumentar o bônus de desenvolvimento humano de US$ 50 para US$ 55; declarar o sistema público de saúde em situação de emergência; dobrar o orçamento para a educação intercultural e subsidiar até 50% do preço do fertilizante de uréia para pequenos e médios produtores.

    Outras medidas incluem perdão de créditos, não aumentar o preço do diesel, gasolina e gasolina extra e não promover a privatização de serviços públicos e setores estratégicos.

    Segundo estimativas de representantes dos setores produtivos, as perdas com os primeiros oito dias de manifestação já chegam a US$ 110 milhões, entre operações de exportação e empregos afetados. O fluxo de produtos dentro do país, como alimentos, por exemplo, também foi impactado.

    Ao menos quatro mortes foram registradas até agora, e policiais foram capturados durante a greve.

    A Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) ordenou que o governo promova diálogo para atender às reivindicações da comunidade indígena, com uma resposta imediata. Porém, a OEA também expressou preocupação com os discursos golpistas que estão se instaurando em algumas partes do país.

    O presidente do Equador, Guillermo Lasso, publicou uma mensagem para os equatorianos em suas redes sociais dizendo que “17 milhões de equatorianos querem a paz” e que “algumas pessoas violentas querem sequestrar a democracia”.

    “Agradeço o apoio de todos aqueles que buscam o bem comum e a paz. Esses dias foram decisivos para o país. Ver os equatorianos defenderem a democracia, seus empregos e suas famílias nos mostra que #EquadorQuerPaz”, escreveu.

    O que é a Conaie?

    Fundada em 1986, a Conaie é uma organização indígena formada por “nacionalidades, povos, comunidades, núcleos e associações indígenas do Equador” e é “resultado de uma luta contínua”, segundo seu site.

    No total, 53 organizações, 18 povos e 15 nacionalidades indígenas do Equador fazem parte da Conaie, que é dividida em três unidades regionais: a Confederação das Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana (Confeniae), a Confederação dos Povos da Nacionalidade Kichwa da Equador (Ecuarunari) e a Confederação de Nacionalidades e Povos Indígenas da Costa Equatoriana (Conaice).

    A organização foi criada em congresso do Conselho Nacional de Coordenação das Nacionalidades Indígenas (Conacnie), em 1980, e entre seus principais objetivos estão: consolidar os povos indígenas e nacionalidades do país; lutar pela defesa de terras, territórios indígenas e recursos naturais; fortalecer a educação bilíngue intercultural; lutar contra o colonialismo e o neocolonialismo; e alcançar a igualdade e a justiça para os povos e nacionalidades indígenas.