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    Promotoria apela de decisão que inocentou Air France e Airbus por queda de voo Rio-Paris em 2009

    No início deste mês, um tribunal da França inocentou as duas empresas da acusação relacionada ao acidente, quando um avião desapareceu durante uma tempestade no Atlântico

    Joanna PlucinskaSudip Kar-Guptada Reuters

    em Paris

    Um promotor público francês apelou de uma decisão judicial que inocentou a fabricante de aviões europeia Airbus e a companhia aérea Air France de “homicídio involuntário” devido ao acidente do voo AF447, em 2009.

    No início deste mês, um tribunal da França inocentou as duas empresas da acusação relacionada ao acidente, quando um avião que saiu do Rio de Janeiro para Paris desapareceu durante uma tempestade no Atlântico.

    A decisão veio na esteira de um julgamento público histórico sobre o acidente de 1º de junho de 2009, com as famílias das 228 vítimas exigindo justiça.

    Ambas as empresas se declararam inocentes das acusações, para as quais a multa corporativa máxima é de 225 mil euros, equivalentes a R$ 1,25 milhões.

    As famílias dos que morreram tentaram estabelecer responsabilidade criminal pelo pior desastre aéreo da história da França e o julgamento se concentrou em saber se a Airbus reagiu muito lentamente e se a Air France fez o suficiente para garantir que seus pilotos fossem suficientemente treinados.

    Após uma busca de dois anos pelas caixas-pretas do A330 usando submarinos remotos, os investigadores descobriram que os pilotos responderam desajeitadamente a um problema envolvendo sensores de velocidade congelados e caíram em queda livre sem responder aos alertas de estol.

    O julgamento também destacou discussões anteriores entre a Air France e a Airbus sobre problemas crescentes com “tubos de pitot” externos que geram as leituras de velocidade.

    Anunciando a decisão, o juiz do tribunal criminal de Paris listou vários atos de negligência de ambas as empresas, mas disse que eles ficaram aquém da certeza necessária para estabelecer responsabilidade firme pelo pior desastre aéreo da história da França.

    “Um provável nexo causal não é suficiente para caracterizar um delito”, disse o juiz ao tribunal lotado.

    A Air France se recusou a comentar o recurso do promotor. A Airbus não estava imediatamente disponível para comentar.

    Decisão da Justiça francesa é piada de mau gosto, diz à CNN irmão de vítima

    Marteen Van Sluys perdeu a irmã Adriana Van Sluys no voo Air France 447. Ela era assessora de imprensa da Petrobras e viajava a trabalho a Seul, com escala em Paris.

    Ele diz que apesar de todas as provas reunidas, depoimentos, especialistas, advogados, a decisão da Justiça francesa de absolver a fabricante Airbus e a companhia aérea Air France já era esperada.

    “No ano passado estivemos nas audiências em Paris e as perspectivas da defesa, os nossos depoimentos e os da promotoria já apontavam de alguma forma para uma decisão corporativista da defesa francesa em relação às duas grandes empresas francesas envolvidas nesse caso. O fato de citá-las como responsáveis, porém não culpadas é entendido por nós como uma piada de mau gosto”, diz Van Sluys, que é fundador da associação que representa os parentes de vítimas do voo 447 no Brasil.