Prolongamento de guerra pode prejudicar popularidade de Putin, diz especialista
Vicente Ferraro lembra que conflito prolongado na Chechênia na década de 1990 causou danos à imagem do presidente Boris Ieltsin, à época
Um eventual prolongamento da guerra na Ucrânia pode prejudicar a popularidade do presidente Vladimir Putin, segundo o cientista político Vicente Ferraro, pesquisador do Laboratório de Estudos da Ásia da Universidade de São Paulo.
Na sexta-feira (25), um alto general russo afirmou que a “primeira etapa” do plano militar da Rússia na Ucrânia está concluída e que, agora, o foco é atingir o leste do país vizinho.
O conflito, que completou um mês nesta semana, já deixou pelo menos 1.035 mortes de civis do lado ucraniano e ao menos 3,6 milhões de cidadãos que viviam na Ucrânia deixaram o país, segundo as últimas atualizações da ONU.
“A popularidade do Putin sempre foi motivada por grandes conflitos, como na Chechênia [1999-2000], na Geórgia [2008] e o conflito em 2014 [na Crimeia]. Mas foram conflitos onde a vitória da Rússia foi muito rápida. Se essa guerra se prolongar, poderia remontar à Primeira Guerra na Chechênia [1994-1996], quando a guerra se prolongou por mais de um ano, com muitas baixas para a Rússia, e isso se trouxe muita impopularidade para o presidente Boris Ieltsin à época”, disse Ferraro.
Veja na íntegra a entrevista com o pesquisador da USP.
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Após o presidente Vladimir Putin fazer um pronunciamento autorizando uma "operação militar especial" na Ucrânia, primeiras explosões foram registradas na capital Kiev na quinta-feira, 24 de fevereiro • Gabinete do Presidente da Ucrânia
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Um comboio de tropas russas com quilômetros de extensão se desloca na Ucrânia, em direção à Kiev. Na última semana, autoridades britânicas afirmaram que a longa fila de veículos militares estaria parada • Maxar
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Desde o início da guerra, pelo menos 3,3 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, segundo dados da ONU. Cerca de 6,5 milhões se deslocaram dentro do território ucraniano • Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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Milhares de pessoas foram presas em protestos antiguerra na Rússia ao longo dos dias de guerra na Ucrânia • Anadolu Agency via Getty Images (27.fev.2022)
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Um fluxo de pessoas que passava por um posto de controle tentando deixar a cidade de Irpin, no dia 6 de março, foi atingido por um ataque de projéteis. Três pessoas foram mortas, disseram autoridades ucranianas, incluindo duas crianças. • Carlo Allegri/Reuters (07.mar.2022)
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Em 4 de março, um tiroteio entre forças russas e ucranianas causaram um incêndio no complexo onde fica localizada a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior desse tipo em toda a Europa. Os confrontos não chegaram a atingir os prédios de atividade nuclear • Reprodução
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No dia 9 de março, a Ucrânia acusou a Rússia de bombardear um hospital infantil e maternidade na cidade de Mariupol. Pelo menos uma gestante e seu bebê não resistiram aos ferimentos causados pelo ataque • Reuters
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Marina Ovsyannikova, editora de TV russa, chamou a atenção de todo o mundo após um protesto antiguerra ao vivo em um canal estatal. Depois da manifestação, Marina foi levada pela polícia e teria sido submetida à 14 horas de interrogatório • Russia Channel 1/Reprodução (14.mar.2022)
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Na quarta-feira, 16 de março, um teatro usado como abrigo em Mariupol foi atingido por um suposto ataque aéreo russo, segundo a Ucrânia. Imagens de satélite mostraram a palavra "crianças" escrita nos dois lados de edifício • Maxar Technologies
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Ataque a shopping center no distrito de Podilsky, em Kiev, deixou ao menos oito mortos. Destroços e escombros foram capturados do lado de fora • Ceng Shou Yi/NurPhoto via Getty Images (20.mar.2022)
*Publicado por Marcelo Tuvuca