Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Professora e entregador de delivery: a preparação de ucranianos rumo à linha de frente

    CNN entrevista soldados e voluntários que estão treinando táticas militares em campos secretos na Inglaterra

    Américo Martinsda CNN , em Londres

    A soldado identificada como Angelika decidiu abandonar duas carreiras diferentes, de professora infantil e bibliotecária, para se alistar ao Exército ucraniano e combater os invasores russos.

    “Eu dava aulas de TI para crianças e trabalhava numa biblioteca em Kiev. Mas larguei tudo porque nós precisamos lutar para deter os nossos inimigos e trazer a segurança de volta para a Ucrânia”, disse.

    Aos 28 anos, Angelika é uma das poucas mulheres combatentes enviadas pelas autoridades da Ucrânia para participar de treinamentos militares em campos secretos no interior da Inglaterra.

    Quase todos os 35 mil soldados e voluntários que serão treinados até o fim do ano por oficiais do Reino Unido e de outros nove países aliados são homens — muitos obrigados a se alistar, por conta das normas adotadas por Kiev no início do conflito.

    Sem medo de morrer

    Em entrevista à CNN, Angelika diz que não tem medo de morrer nos campos de batalha.

    “Eu não tenho medo. Quando eu decidi me alistar ao Exército, eu pensei muito nisso. Mas eu não tenho mais medo agora. É melhor lutar do que não ter segurança na sua própria casa”, disse.

    Ao acompanhar o treinamento, é inevitável imaginar que vários dos recrutas poderão simplesmente não voltar para casa no fim do conflito.

    No entanto, todos os que se dispuseram a dar entrevistas, depois de selecionados por oficiais ucranianos, afirmam que estão motivados e que não temem os riscos dos combates. Valentim, de 21 anos, era entregador de comida por aplicativos. Ele sabe dos perigos, mas se diz preparado.

    “Antes de tudo, isso é uma guerra, então há perigo. Portanto, você precisa se preparar porque pode haver algum momento em que você simplesmente pode perder ou estragar sua vida. Ou seja, você precisa estar pronto para isso”, diz ele.

    Ele se diz animado com o alto nível do treinamento e se abre para falar de coisas mais leves.

    “O meu hobby é futebol e eu adoro esse esporte”, diz ele ao saber a nacionalidade do repórter que o entrevistava.

    Seu colega Igor, de 32 anos e pai de duas crianças, parece mais tenso. Ele diz que não tem nenhuma experiência militar anterior, mas que está aprendendo muito. Lembra, com a ajuda de um tradutor, que é voluntário para a guerra e que sabe que passará por situações difíceis.

    Igor disse que tinha uma vida completamente normal antes da guerra, vivendo com a família e trabalhando como metalúrgico.

    Em comum, todos valorizam a oportunidade de participar dos exercícios com oficiais ocidentais.

    Um deles, o tenente Truton, afirma que a maior dificuldade é a comunicação, já que poucos recrutas entendem inglês. Por isso, um grande número de tradutores civis e militares estão engajados no processo.

    Tópicos