Professor vê dificuldade em impeachment de Trump, que será julgado no Senado
Thiago Amparo vê clima desfavorável ao ex-presidente no partido Republicano
O impeachmet do ex-presidente Donald Trump começa a ser julgado nesta semana pelo Senado dos Estados Unidos. O processo analisa se ele teve participação na invasão do Capitólio que aconteceu no dia 6 de janeiro. Trump se recusou a prestar depoimento nas sessões do processo de impeachment.
Trump contratou advogados privados que farão sua defesa no tribunal. Os promotores da acusação são democratas nomeados pela Presidente da Câmara dos Deputados. Na análise do professor de Direito Internacional, Thiago Amparo, é pequena a chance do Trump ter os direitos políticos cassados.
“Hoje o Senado funciona como 50/50. Está dividido meio a meio e a gente fala que tem maioria democrata porque o voto de Minerva é da vice-presidente Kamala Harris, que nos Estados Unidos preside o Senado. Para que você possa condenar uma pessoa por impeachment, você precisa de dois terços, o que significa 67 votos do total de 100 votos no Senado. Considerando que os Republicanos têm 50 votos, isso significa que o ex-presidente Trump só seria condenado efetivamente se tivesse 17 votos [dos Republicanos]”.
Em comparação com o primeiro processo de impeachment que Trump sofreu em 2019, agora, em 2021, há um clima mais desfavorável entre os republicanos. “No julgamento anterior só um republicano votou contra Trump, enquanto aqui as notícias revelam que pelo menos dez se mostram não necessariamente favoráveis ao impeachment — mas há abertura para que haja efetivamente esse julgamento. Provavelmente não será condenado, por causa da maioria de dois terços, mas, de fato há um clima mais desfavorável entre os republicanos com relação ao ex-presidente Trumo, do que na primeira votação”, diz.