Professor relembra carta respondida por Elizabeth II em projeto com alunos
Mensagem foi enviada em nome do educador e de estudantes de escola pública, em Lençóis Paulista (SP), que aprendiam sobre o Reino Unido
Há 7 anos, o professor de história Renan Giovanetti Françozo surpreendeu os alunos de uma escola municipal em Lençóis Paulista (SP) ao propor, enquanto estudavam o Reino Unido, o envio de uma carta à rainha Elizabeth II.
A surpresa pela proposta da mensagem foi superada apenas pelo recebimento de uma resposta da monarca, que morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos de idade.
“O sentimento da época foi de surpresa. Não imaginávamos que a rainha responderia uma carta de estudantes de uma escola no interior do Brasil”, lembra o docente.
A carta enviada à monarca continha uma foto da classe junto com as bandeiras do Brasil e da Inglaterra. A resposta do Palácio de Buckingham veio em menos de dois meses, através de uma Lady-in, pessoa encarregada de representar a rainha:
“A Rainha deseja que eu escreva e agradeça a todos por sua carta e pela linda fotografia que você anexou”, dizia.
“Sua Majestade achou gentil de sua parte contar a ela sobre si mesmos e seus estudos recentes na escola sobre o tema da história britânica e, embora não possa responder a você pessoalmente, a rainha estava interessada em ouvir suas opiniões e apreciou suas palavras de apoio.”
“Como espero que entendam, devido ao enorme número de cartões de nascimento e mensagens recebidas por Sua Majestade nos últimos meses, não foi possível responder a você até agora.”
“A Rainha ficou muito feliz em ouvir de você, no entanto, e anexei um cartão postal de Sua Majestade e do Duque de Edimburgo, que espero que você goste de receber”.
Antes do envio da carta dos alunos, então com 13 e 14 anos, Françozo já havia enviado uma mensagem à rainha na ocasião do segundo aniversário de seu reinado, como forma de felicitação.
“Um ano antes eu havia mandado uma carta particular para a rainha, inclusive ela estava no castelo em que acabou de falecer. Ela respondeu a carta, as senhoras que respondem por ela, né? Mas eu mandei a carta para Londres”, recorda.
Agora, o professor relata a tristeza que sentiu ao saber da morte da monarca, que teve o governo mais longevo da história da Inglaterra –foram 70 anos à frente das funções do trono. Para ele, este período foi marcado pela estabilidade.
“A gente fica triste com a morte de uma pessoa que trouxe estabilidade para o mundo e para a Inglaterra”, complementa.
O docente ressalta, ainda, não saber o que será do reinado de Charles III, mas que o que se desenha “é um reinado de transição para a próxima geração, que será provavelmente o príncipe William”.
(*Sob supervisão de Bárbara Brambila)