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    Procurador-geral da Califórnia processa empresas que prometem reversão de abortos medicamentosos

    Rob Bonta alega que a Heartbeat International (HBI) e a RealOptions sabiam que o protocolo apresentado não era seguro ou eficaz

    A mifepristona, também conhecida como RU-486, é um medicamento normalmente usado em combinação com o misoprostol para provocar um aborto medicamentoso durante a gravidez e controlar o aborto espontâneo precoce
    A mifepristona, também conhecida como RU-486, é um medicamento normalmente usado em combinação com o misoprostol para provocar um aborto medicamentoso durante a gravidez e controlar o aborto espontâneo precoce NurPhoto/Getty Images

    Jeremy Harlanda CNN

    O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, anunciou, na quinta-feira (21), que entrou com uma ação judicial contra duas organizações que operam centros de gravidez em crise, dizendo que as organizações usaram “afirmações fraudulentas e enganosas” sobre um procedimento que afirmam poder reverter abortos medicamentosos.

    A denúncia alega que a Heartbeat International (HBI) e a RealOptions enganam as pacientes ao afirmar que existe uma forma de “reverter” os efeitos do mifepristona, o primeiro de dois medicamentos orais utilizados para abortos induzidos por medicamentos, através de um processo que chamam de “reversão da pílula abortiva”.

    Bonta alega que ambas as empresas sabem que não há evidências de que o protocolo funcione, seja seguro ou eficaz, mas continuam a promovê-lo e divulgá-lo aos pacientes.

    De acordo com a denúncia, as organizações orientam as pacientes a tomarem altas doses de progesterona dentro de 72 horas após tomar o mifepristona para “reverter” os efeitos deste medicamento.

    A HBI opera mais de 2.000 “centros de recursos para gravidez” nos Estados Unidos. A RealOptions opera cinco clínicas na Califórnia sob o nome RealOptions Obria Medical Clinics.

    A empresa afirmou nesta sexta-feira (22) que ainda não havia recebido a ação judicial.

    “A RealOptions oferece cuidados de saúde reprodutiva holísticos compassivos, abrangentes e de alta qualidade, educação e cura de perdas reprodutivas para mulheres, homens, estudantes e famílias”, disse a CEO da empresa, Valerie Hill.

    “Discordamos das alegações neste processo (alegações que o procurador-geral da Califórnia nunca nos deu a oportunidade de abordar antes de entrar com a ação) e esperamos abordá-las e refutá-las no tribunal.”

    Em comunicado no X, anteriormente conhecido como Twitter, a HBI disse que tomou conhecimento do processo por meio de pedidos de entrevista. Na noite de quinta-feira, o HBI disse que a ação não havia sido notificada.

    “Através da nossa linha direta da Rede de Resgate de Pílulas Abortivas, sabemos que algumas mulheres se arrependem quase imediatamente de sua escolha pelo aborto químico”, declarou a HBI. “Essas mulheres merecem o direito de tentar salvar a gravidez.”

    A publicação citou “grandes estudos” mostrando a eficácia do protocolo.

    De acordo com o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, não há evidências científicas de que a reversão do aborto seja eficaz ou segura.

    “Aqueles que estão lutando com a complexa decisão de fazer um aborto merecem apoio e orientação confiável – e não mentiras e desinformação”, disse o procurador-geral em comunicado divulgado quinta-feira.

    “A HBI e a RealOptions aproveitaram-se de pacientes grávidas em um momento profundamente vulnerável das suas vidas, usando alegações falsas e enganosas para atraí-las e enganá-las sobre um procedimento potencialmente arriscado. Estamos iniciando o processo de hoje para acabar com seu comportamento predatório e ilegal.”

    Bonta está pedindo ao tribunal que impeça ambas as empresas de promoverem os procedimentos e que as multe por violarem os códigos comerciais.

    Veja também – Entidades defendem discussão sobre aborto no Congresso

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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