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    Procurador espanhol vai recolher informações sobre abuso infantil na Igreja Católica

    Escritórios regionais terão dez dias para compilar dados sobre o assunto

    Emma Pinedoda Reuters

    O promotor público da Espanha ordenou que escritórios regionais apurem todas as investigações judiciais em andamento sobre abuso sexual de menores pela Igreja Católica, enquanto o Parlamento deu o primeiro passo para potencialmente abrir sua própria investigação.

    O promotor deu a cada região dez dias para compilar as informações, disse uma fonte do promotor à Reuters nesta terça-feira (1).

    A Conferência Episcopal da Espanha não respondeu a um pedido de comentário.

    A medida ocorre depois que a Igreja Católica da Espanha disse no mês passado que criaria comissões em nível de diocese para ouvir reclamações de vítimas de abuso, após uma reunião de seus líderes seniores com o papa em Roma.

    Denúncias

    A Igreja espanhola tem uma página especial em seu site sobre como lidar com casos de abuso, onde diz que quando uma denúncia é feita à Igreja, todas as evidências coletadas seriam enviadas diretamente ao Vaticano.

    Também incentiva as vítimas a se apresentarem e apresentarem o caso no escritório do promotor.

    O jornal El Pais publicou em dezembro os resultados de uma investigação de três anos que revelou ter descoberto possíveis abusos de 251 padres e alguns leigos de instituições religiosas contra pelo menos 1.237 vítimas entre 1943 e 2018.

    Na semana passada, o primeiro-ministro socialista da Espanha, Pedro Sanchez, se encontrou com Juan José Omella, presidente da Conferência Episcopal da Espanha, e se reunirá esta semana com uma suposta vítima de abuso.

    O governo disse em comunicado que o procurador, que opera de forma independente, está a agir “no âmbito da sua autonomia e competências”.

    “Essas ações não substituem as medidas que o governo está considerando para esclarecer os fatos e evitar novos casos”, afirmou em comunicado.

    Separadamente, o parlamento da Espanha aprovou uma votação em uma moção de alguns pequenos partidos de esquerda para estabelecer sua própria investigação sobre o assunto, embora tal comissão levaria tempo para se materializar e provavelmente enfrentaria oposição de partidos de direita.

    Os escândalos de abuso sexual na Igreja Católica global chegaram às manchetes pela primeira vez em 2002, quando o jornal americano Boston Globe escreveu uma série de artigos expondo o abuso de menores por clérigos e uma cultura generalizada de ocultação dentro da Igreja.

    Desde então, centenas de milhares de casos surgiram em todo o mundo.

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