Procurador do TPI é acusado de tentar abafar caso de má conduta sexual
Jornal britânico The Guardian revelou denúncia de que Karim Khan teria pressionado a vítima para evitar investigação
O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, teria agido para derrubar uma denúncia de má conduta sexual contra ele próprio, indicam documentos obtidos pelo jornal britânico The Guardian.
A investigação interna da corte apura um relato de uma funcionária do tribunal, que afirma que Khan teria a tocado sexualmente de maneira indesejada, além de um suposto incidente em que o procurador-geral teria “pressionado a língua” no ouvido da mulher.
Khan negou todas as alegações.
Em uma publicação no X, o procurador disse: “Não há nenhuma verdade nas sugestões de tal má conduta. Trabalho em diversos contextos há 30 anos e nunca houve uma reclamação desse tipo feita contra mim por ninguém “. Ele ainda afirmou estar disposto a fornecer qualquer informação à organização responsável pela investigação independente.
O jornal britânico ouviu relatos de quatro funcionários do TPI que afirmaram ter testemunhado o procurador pressionando a vítima para que ela não prosseguisse formalmente com as alegações. As supostas tentativas então teriam sido feitas por através de telefonemas e posteriormente pessoalmente, depois que Khan soube que as autoridades do tribunal sabiam sobre o caso.
O Tribunal Penal Internacional é a organização responsável por investigar denúncias contra possíveis crimes de guerra, contra a humanidade ou contra os direitos humanos.
A atual administração de Khan é reconhecida pelos pedidos de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, acusado de participar do sequestro e deportação de crianças ucranianas para Rússia.
O procurador-chefe também é responsável pelo pedido de prisão impetrado no TPI contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e outras autoridades de Israel e do Hamas.
Ainda segundo o Guardian, a vítima teria expressado preocupação com possíveis retaliações. Ela não teve a identidade revelada.
(Sob supervisão de Salvador Strano)