Processo contra líder do Grupo Wagner continua aberto, contrariando acordo com Belarus, diz mídia russa
Sob um acordo mediado pelo líder bielorrusso, Alexandr Lukashenko, o Kremlin disse que o processo criminal contra Prigozhin seria arquivado
Um processo criminal russo contra o líder mercenário Yevgeny Prigozhin por motim continua aberto e ainda está sendo investigado, informaram o jornal Kommersant e as três principais agências de notícias da Rússia na segunda-feira (26), citando fontes não identificadas.
O presidente Vladimir Putin prometeu no sábado (24) “esmagar” o que chamou de motim traidor depois que Prigozhin disse que seus combatentes do Grupo Wagner assumiram o controle da cidade de Rostov, no sul, e estavam indo para Moscou.
O líder mercenário disse ser uma “marcha por justiça” destinada a remover os corruptos e comandantes russos incompetentes.
Sob um acordo mediado pelo líder bielorrusso, Alexandr Lukashenko, que desarmou a crise na noite de sábado, o Kremlin disse que um processo criminal contra Prigozhin seria arquivado e ele se mudaria para a Bielorrússia. Seus combatentes retornariam à base e também não enfrentariam nenhuma ação legal, disse o Kremlin.
No entanto, o jornal russo Kommersant informou na segunda que o processo criminal permaneceu aberto e que o Serviço Federal de Segurança (FSB) estava continuando sua investigação como parte do caso.
Ele citou uma fonte não identificada dizendo que não houve tempo suficiente para encerrar o caso.
As três principais agências de notícias da Rússia – TASS, RIA e Interfax – também informaram que o processo criminal contra Prigozhin permanecia aberto e que a investigação continuava.
“O processo criminal contra Prigozhin não parou”, disse a TASS citando uma fonte próxima ao escritório do promotor. “A investigação está em andamento.”
A pena de prisão sob a lei russa para tal crime é de 12 a 20 anos.
Prigozhin, que não foi visto em público desde que deixou Rostov na noite de sábado e não comentou o acordo, negou ter liderado um motim.
Prigozhin, que já foi um aliado próximo de Putin cujo Grupo Wagner liderou grande parte dos combates na Ucrânia, lançou sua rebelião na sexta-feira (23) depois de alegar que os militares russos mataram alguns de seus homens em um ataque aéreo. O Ministério da Defesa negou sua alegação.