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    Guerra em Israel: principais hospitais de Gaza suspendem operações em meio ao conflito

    Al Shifa e Al-Quds estariam cercados e sendo bombardeados há dias, segundo pessoas que trabalham nas unidades de saúde

    Nidal al-MughrabiMaayan Lubellda Reuters , Gaza e Jerusalém

    Dois grandes hospitais no norte de Gaza fecharam para novos pacientes neste domingo (12), com a equipe dizendo que o bombardeio israelense e a falta de combustível e medicamentos significam que bebês e outras pessoas podem morrer.

    Os hospitais no norte do enclave palestino estão bloqueados pelas forças israelenses e mal conseguem cuidar das pessoas que estão lá dentro, segundo a equipe médica. Israel afirma que está atacando os militantes do Hamas na área e que os hospitais devem ser esvaziados.

    O maior e o segundo maior hospital de Gaza, Al Shifa e Al-Quds respectivamente, disseram que estavam suspendendo as operações. Com mais pessoas mortas e feridas diariamente, há cada vez menos lugares para onde os feridos podem ir.

    “Meu filho foi ferido e não havia um único hospital ao qual eu pudesse levá-lo para receber pontos”, disse Ahmed al-Kahlout, que estava fugindo para o sul de acordo com a orientação israelense, temendo que nenhum lugar em Gaza seja seguro.

    Um cirurgião plástico em Al Shifa disse que o bombardeio do prédio que abriga as incubadoras os forçou a colocar bebês prematuros em camas comuns, usando a pouca energia disponível para aquecer o local. “Esperamos perder mais bebês a cada dia”, disse o médico Ahmed El Mokhallalati.

    Israel diz que o Hamas colocou centros de comando sob e perto dos hospitais e que precisa chegar até eles para libertar cerca de 200 reféns que os militantes fizeram em Israel em um ataque há pouco mais de um mês. O Hamas negou que esteja usando os hospitais dessa forma.

    No domingo, uma autoridade palestina informada sobre as negociações para a libertação dos reféns disse que o Hamas suspendeu as negociações devido à forma como Israel lidou com o hospital Shifa.

    Não houve nenhum comentário imediato do Hamas ou de Israel.

    “Ninguém pode entrar, ninguém pode sair”

    O principal porta-voz militar de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, disse que os militares ajudariam a retirar os bebês do Al Shifa no domingo.

    Mas Al-Quds disse que eles não tinham sido informados sobre como levar os bebês para um lugar seguro. Ele disse que de 45 bebês no total, três já haviam morrido.

    O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que foi oferecido combustível ao hospital, mas que foi recusado.

    Os militares israelenses disseram que colocaram 300 litros de combustível na entrada do Al-Shifa no sábado (11) à noite, mas, segundo o comunicado, o Hamas bloqueou a entrega.

    Muhammad Abu Salmiya, diretor do Complexo Médico Al Shifa, negou o fato, dizendo à TV Al Araby, do Catar: “As alegações da ocupação de que se recusou a receber 300 litros de diesel são mentiras e calúnias, e todos os departamentos estão fechados devido à falta de combustível, exceto a emergência.”

    O Al Shifa estava fora de alcance para os recém-feridos, disse Mohammad Qandil, médico do Hospital Nasser em Khan Younis, no sul de Gaza, que está em contato com colegas de lá.

    “O hospital Shifa agora não está funcionando, ninguém pode entrar, ninguém pode sair”, disse ele.

    O Crescente Vermelho Palestino disse que o hospital Al-Quds também está fora de serviço, com a equipe lutando para cuidar dos que já estão lá com poucos remédios, alimentos e água.

    “O hospital Al-Quds foi isolado do mundo nos últimos seis a sete dias. Não há como entrar, não há como sair”, disse Tommaso Della Longa, porta-voz da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

    Com a piora da situação humanitária em Gaza, 80 estrangeiros e vários palestinos feridos cruzaram para o Egito nas primeiras evacuações desde sexta-feira (10), disseram quatro fontes de segurança egípcias.

    Pelo menos 80 caminhões de ajuda humanitária também foram levados do Egito para Gaza até a tarde de domingo, segundo duas das fontes. A Jordânia disse anteriormente que havia despejado por ar um segundo lote em um hospital de campanha.

    Pouquíssima ajuda entrou em Gaza desde que Israel declarou guerra ao Hamas há mais de um mês, depois que militantes invadiram o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo mais de 200 reféns, de acordo com autoridades israelenses.

    Autoridades palestinas disseram na sexta-feira que 11.078 residentes de Gaza foram mortos em ataques aéreos e de artilharia desde então, cerca de 40% deles crianças.

    VÍDEO – OMS: maior hospital de Gaza está sendo bombardeado

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