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    Presos por morte de candidato no Equador são todos estrangeiros, diz ministro do Interior

    Juan Zapata afirmou que os suspeitos foram identificados e pertencem a grupos criminosos organizados

    O candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, assassinado em Quito
    O candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, assassinado em Quito Divulgação/Campanha Villavicencio

    Da CNN

    Os seis presos suspeitos de envolvimento na morte do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio são estrangeiros, afirmou o ministro do Interior equatoriano, Juan Zapata, nesta quinta-feira (10).

    “Em várias incursões no setor Conocoto e no sul da cidade [de Quito], foram detidos seis indivíduos: Andrés M., José N., Adey G., Camilo R., Jules C., Jhon R., todos estrangeiros”, declarou Zapata pela manhã.

    Veja também: Presidente decreta estado de emergência no Equador após assassinato de candidato

    Acompanhado pelo comandante da Polícia Nacional do Equador, o ministro garantiu que dois dos detidos “foram identificados na cena do crime”.

    Os homens são membros de grupos criminosos organizados, disse Zapata, citando evidências preliminares.

    Ameaças

    Em entrevista na semana passada, Villavicencio havia denunciado que estava sendo ameaçado por um cartel do país.

    “Há três dias, um militante de Manabí [cidade do Equador] recebeu visitas de vários mensageiros de Alias Fito [líder do cartel Los Choneros] para dizer a ele que, se eu continuasse mencionando os Los Choneros, eles iriam me quebrar”, disse no programa Vis a Vis, apresentado pela jornalista Janet Hinostroza, na quarta-feira (2).

    Los Choneros são uma organização criminosa do Equador que surgiu em Manabí e é formada por duas gangues chamadas Fatales e Las Águilas. Eles atuam com extorsão, tráfico de drogas e homicídios.

    Após a ameaça, Villavicencio disse que não iria suspender sua campanha eleitoral e que iria apresentar uma denúncia contra as ameaças.

    Ele também responsabilizou previamente o Los Choneros por qualquer eventual atentado que pudesse ocorrer contra ele, sua família e equipe.

    Villavicencio disse ainda, na entrevista, que usava o mínimo da proteção oficial do Estado, mas recusava coletes a prova de balas.

    Eleições mantidas

    Em pronunciamento na madrugada desta quinta-feira (10), o presidente do EquadorGuillermo Lasso, decretou estado de exceção no país e afirmou que as eleições presidenciais estão mantidas para o dia 20 de agosto.

    “Essa é a melhor razão para ir votar e defender a democracia”, disse Lasso, que chamou o atentado contra Villavicencio de “crime político que tem um caráter terrorista” por alguém que tentou “sabotar o processo eleitoral”.

    “Todas as autoridades aqui reunidas se manterão juntas e acordamos que, ante a perda de um democrata e de um lutador, as eleições não serão suspensas; ao contrário, elas precisam ser realizadas e a democracia precisa acontecer”, discursou o presidente.

    A ação desloca as Forças Armadas do Equador para todo o território nacional por um período de 60 dias. Segundo Lasso, a medida foi tomada para a “segurança dos cidadãos, a tranquilidade do país e das eleições livres e democráticas de 20 de agosto”.

    Quem é Fernando Villavicencio

    Nascido em 11 de outubro de 1963, em Alausí, Fernando Alcibiades Villavicencio Valencia teve uma intensa trajetória como jornalista e sindicalista ao mesmo tempo em que abraçava a carreira política.

    Estudou jornalismo e comunicação na Universidade Cooperativa da Colômbia, na qual se formou e iniciou seus trabalhos como comunicador social. Logo em seguida, iniciou na carreira política como um dos fundadores do Partido Pachakutik, em 1995.

    No ano seguinte, começou a trabalhar na Petroecuador, a companhia petrolífera estatal do país. Lá, atuou com jornalismo e logo assumiu posições sindicais. Ele se manteve como um líder dos trabalhadores da companha até 1999, quando foi demitido por uma ordem do então presidente Jamil Mahuad.

    Mesmo longe da Petroecuador, continuou denunciando os problemas da companhia, como delitos ambientais e trabalhistas. Ganhou notoriedade como um dos mais ferrenhos críticos do então presidente Rafael Correa.

    Em 2017, concorreu e foi eleito a uma vaga na Assembleia Nacional. Ocupou o cargo até maio deste ano, quando o presidente Guillermo Lasso assinou a “morte cruzada”, que resultou na dissolução do parlamento equatoriano.

    Crítico do correísmo e do governo Lasso, Villavicencio foi um dos personagens mais visíveis nas denúncias de corrupção nos setores de petróleo, energia, telecomunicações e estruturas criminosas, segundo seu perfil na Assembleia Nacional do Equador.

    Veja também: Vídeo mostra momento do ataque matou Fernando Villavicencio

    (Publicado por Lucas Schroeder, com informações da CNN Espanhol e da Reuters)