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    Presidente do Peru na mira da procuradoria-geral por morte de manifestantes

    Dina Boluarte nega acusações feitas pela promotoria-geral do Peru

    Marco Aquinoda Reuters , Lima

    A procuradora-geral do Peru, Patricia Benavides, protocolou nesta segunda-feira (27) uma queixa constitucional contra a presidente do país, Dina Boluarte, devido à morte de manifestantes durante os meses de agitação nas ruas, no ano passado.

    Trata-se da primeira acusação, no Congresso, da procuradoria-geral contra a presidente, após quase um ano de investigações.

    Benavides também demitiu nesta segunda-feira um integrante de sua equipe anticorrupção que estava investigando ela própria.

    Em discurso na TV, a procuradora-geral disse rejeitar as investigações contra ela, que tentam “desestabilizar a independência dos poderes”.

    Seu gabinete havia anunciado em janeiro o lançamento de uma investigação contra Boluarte e integrantes de seu ministério por acusações de “genocídio, homicídio qualificado e graves lesões”.

    Pelo menos 40 pessoas morreram durante os confrontos violentos entre dezembro de 2022 e o começo deste ano. Centenas ficaram feridas.

    Boluarte chamou de “manobra política” a denúncia contra ela apresentada por Benavides perante o Congresso.

    “Expressamos nossa condenação a uma manobra política tão desprezível que, usando indevidamente a memória de patriotas falecidos, tenta desviar a atenção de uma denúncia muito grave contra o próprio promotor do país”, disse Boluarte em um discurso televisionado junto com todo seu gabinete de ministros.

    Se o Congresso aceitar a acusação, a ação da procuradora-geral pode resultar no impeachment de Boluarte.

    “A morte de qualquer soldado peruano não deveria ser permitida, assim como o abuso de poder. Não deve ser permitido tentar prejudicar a imagem de procuradores honestos”, afirmou Benavides em seu discurso.

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