Presidente do Irã se encontra com príncipe saudita em cúpula que discute guerra entre Israel e Hamas
Encontro marca a primeira viagem de um líder iraniano à Arábia Saudita em 11 anos, depois que os dois países restauraram as relações diplomáticas em março
O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, está na capital saudita, Riad, para uma importante reunião de cúpula sobre a guerra entre Israel e Hamas, onde os líderes árabes pressionaram pelo fim do conflito.
O encontro marca a primeira viagem de um líder iraniano à Arábia Saudita em 11 anos, depois que os dois países restauraram as relações diplomáticas em março.
Raisi apertou a mão do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, herdeiro do trono saudita e governante do país.
No aeroporto de Teerã, Raisi disse: “A Palestina é a questão mais importante no mundo islâmico” e Gaza não deveria ser uma “arena para palavras”, mas para ação.
Ele apelou à Organização de Cooperação Islâmica para tomar uma “decisão definitiva, acionável e implementável sobre Gaza”.
Nas suas observações iniciais, o príncipe saudita disse que o país “rejeita categoricamente” a guerra a qual os palestinos estão sendo submetidos.
“Esta reunião de cúpula está sendo realizada em circunstâncias excepcionais e dolorosas”, afirmou Bin Salman.
“Rejeitamos categoricamente esta guerra brutal a que os nossos irmãos e irmãs estão sendo submetidos na Palestina. Renovamos a nossa exigência de uma cessação imediata das operações militares.”
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse que os EUA “são responsáveis pela ausência de uma solução política”, uma vez que têm maior influência sobre Israel.
Bashar al-Assad também participou do encontro
A presença de Raisi na reunião é significativa no meio de especulações de que o grupo radical libanês Hezbollah poderá tornar-se um agente imprevisível na guerra e desencadear um conflito regional mais amplo.
O Hezbollah tem se aliado cada vez mais ao Hamas.
Os líderes do Hamas reuniram-se com o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, várias vezes ao longo do ano passado, e as ligações cada vez mais profundas do grupo baseado em Gaza com o Irã são amplamente conhecidas.
Desde que eclodiu a guerra de Israel com o Hamas, a posição política do Hezbollah tem apoiado inequivocamente os militantes palestinos.
O grupo libanês patrocinou manifestações de apoio a grupos palestinos e condenou categoricamente os ataques aéreos em grande escala de Israel em Gaza.
Um número significativo de líderes árabes participa na reunião de emergência neste sábado (11), intitulada Cúpula Extraordinária Árabe Islâmica Conjunta.
O encontro está sendo organizado pela Arábia Saudita em resposta às “circunstâncias sem precedentes em Gaza”, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita.
A reunião pretende discutir formas de parar a “agressão israelense a Gaza”, disse um comunicado da Liga Árabe antes da cúpula.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, também chegou para o evento, mais um sinal da reabilitação da Síria entre os estados árabes, após a sua participação numa reunião regional em maio.