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    Presidente da Câmara do Canadá renuncia após elogiar veterano ucraniano que lutou por unidade nazista

    Anthony Rota disse que Yaroslav Hunka, integrante de divisão nazista na Segunda Guerra Mundial, "lutou pela independência da Ucrânia contra os agressores russos"

    Paula Newtonda CNN , Ottawa

    O presidente da Câmara baixa do Parlamento do Canadá, Anthony Rota, renunciou ao cargo nesta terça-feira (26), dias depois de elogiar um veterano ucraniano que lutou por uma unidade militar nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

    Na sexta-feira (22), após um discurso do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Rota qualificou Yaroslav Hunka, de 98 anos, como um “herói de guerra” ucraniano-canadense que “lutou pela independência da Ucrânia contra os agressores russos e continua a apoiar as tropas atualmente”.

    Desde então, organizações de direitos humanos e judaicas condenaram a declaração, dizendo que Hunka serviu numa unidade militar nazista conhecida como 14ª Divisão de Granadeiros Waffen.

    Essa divisão fez parte da SS, organização paramilitar ligada ao Partido Nazista declarada criminosa pelo Tribunal Militar Internacional de Nuremberg, em 1946, que determinou que o grupo cometeu crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

    Repercussão

    “Esta Casa está acima de qualquer um de nós, portanto, devo renunciar ao cargo”, disse Rota nesta terça, reiterando o seu “profundo pesar” pelo erro. Ele alegou ter “tomado conhecimento de mais informações” que o fizeram “lamentar” a decisão de reconhecer Hunka.

    “O reconhecimento público causou dor a indivíduos e comunidades, incluindo a comunidade judaica no Canadá e em todo o mundo, além dos sobreviventes das atrocidades nazistas na Polônia, entre outras nações”, acrescentou o membro do Partido Liberal. Rota disse aceitar “total responsabilidade” por suas ações.

    O primeiro-ministro Justin Trudeau classificou o ocorrido como “profundamente embaraçoso”.

    Em um comunicado, a organização judaica de direitos humanos B’nai Brith Canada condenou os voluntários ucranianos que serviram na unidade como “ideólogos ultranacionalistas” que “sonhavam com um Estado etnicamente homogêneo e endossavam a ideia de limpeza étnica”.

    O CEO da organização, Michael Mostyn, disse que não se deve “permitir o encobrimento da história”. “Os soldados canadenses lutaram e morreram para libertar o mundo dos males da brutalidade nazista”, completou.

    Veja também: Índia, Canadá, Alemanha e China vivem período de tensão

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