Premiê libanês chama ataque que matou três jornalistas de “crime de guerra”
Comitê para a Proteção dos Jornalistas também emitiu uma declaração “condenando veementemente” Israel pelo assassinato dos três profissionais na cidade de Hasbaya, no sul do Líbano
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, emitiu uma declaração nesta sexta-feira (25) condenando o recente ataque israelense que atingiu jornalistas na cidade de Hasbaya, no sul do Líbano.
Mikati o descreveu como “mais um capítulo nos crimes de guerra que Israel comete sem dissuasão ou voz internacional para acabar com essas ações”.
O premiê afirmou no comunicado que o ataque foi uma “tentativa deliberada” de intimidar os meios de comunicação e ocultar os crimes e a destruição.
Ele destacou que instruiu o Ministério de Relações Exteriores a adicionar este incidente no compilado de documentos do Líbano sobre alegados crimes israelenses, que serão submetidos às autoridades internacionais.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) também emitiu uma declaração “condenando veementemente” Israel pelo assassinato dos três profissionais.
Mais sobre o ataque
Um cinegrafista e um engenheiro de transmissão que trabalhavam para o canal de TV Al Mayadeen, com sede no Líbano, foram mortos, segundo a empresa de comunicação.
Outro cinegrafista que trabalhava para o canal de TV Al-Manar, afiliado ao Hezbollah, também foi morto, de acordo com o canal
O Exército de Israel disse à CNN que estava “analisando as informações”.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.