Prefeito de Minneapolis decreta toque de recolher em meio a protestos
Presidente Donald Trump disse defender manifestações pacíficas mas pediu "paz" para família de Floyd; FBI entra na investigação do assassinato
O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, declarou nesta sexta-feira (29) a imposição de um toque de recolher noturno em toda a cidade entre 20h e 6h no horário local (22h às 8h no horário de Brasília).
De acordo com a autoridade norte-americana, o decreto valerá por todo o final de semana, em uma iniciativa para tentar conter os protestos contra a morte de George Floyd, assassinado por policiais na última segunda-feira (25).
Com a decisão, apenas funcionários de segurança pública e outros trabalhadores essenciais poderão frequentar espaços públicos do munícipio de Minnesota nas noites desta sexta e sábado (30)
Mayor Frey has issued Emergency Regulation No. 2020-2-1 which imposes a curfew throughout the City of Minneapolis beginning at 8 p.m. tonight (Fri., May 29) and extends through the weekend.
See the posted regulation for details at: https://t.co/iebgleKnyx pic.twitter.com/7l61oURPtc— Minneapolis Clerk (@mplsclerk) May 29, 2020
Trump falou com família de Floyd
Em entrevista na tarde desta sexta-feira (29), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou novamente sobre o assassinato de Floyd. Ele disse que conversou com membros da família da vítima, que são “pessoas formidáveis” e afirmou que o governo continuará “apresentando novidades” conforme o tempo passar.
“Quero expressar as mais profundas condolências de nossa nação e minha sincera solidariedade à família de George Floyd”, disse o chefe de Estado durante uma conferência na Casa Branca.
A autoridade ainda disse que o acontecimento foi uma “coisa terrível” e acrescentou que pediu ao Departamento de Justiça uma investigação federal sobre o assunto.
“É uma situação local mas nós também estamos transformando-a em uma situação federal, e é uma coisa terrível. Nós todos vimos o que vimos e é muito difícil imaginar qualquer teoria diferente do que o que vimos” declarou Trump, “nunca deveríamos permitir que aconteça, uma coisa como essa.”
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Apesar do tom apaziguador, ao comentar os protestos que se seguiram ao assassinato, o político republicano defendeu o uso de forças de segurança, afirmando que não quer que saqueadores em Minneapolis “abafem as vozes” de manifestantes pacíficos e que a memória de Floyd deveria ser “impecável”.
“Nós temos manifestantes pacíficos, e apoiamos os direitos dos manifestantes pacíficos. Mas não podemos permitir uma situação como (a que aconteceu) em Minneapolis caia ainda mais em ilegalidade, anarquia e caos”, disse Trump durante a reunião.
“Os saqueadores não deveriam ser autorizados a abafar as vozes de tantos manifestantes pacíficos que eles machucam tanto, o que está acontecendo é péssimo para o estado e sua grande cidade”, continuou.
“Eu entendo a mágoa, entendo a dor. As pessoas passaram por muita coisa. A família de George tem direito a justiça e o povo de Minnesota tem direito a viver em segurança”, concluiu a autoridade, pouco depois de anunciar rompimentos ousados com a Organização Mundial da Saúde e a China.
Envolvimento do FBI
O Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI) decidiu se envolver na investigação da morte de George Floyd, de 46 anos. O homem, negro, foi parado por quatro policiais na saída de uma loja de conveniência. Eles disseram investigar uma denúncia sobre uso de documentos falsificados no comércio.
Com Floyd já algemado e deitado no chão, um dos policiais, Derek Chauvin, ajoelhou sobre o pescoço da vítima, que repetia que não conseguia respirar. Ele foi declarado morto em um hospital da região minutos depois. A versão de violência policial foi comprovada por um vídeo divulgado na internet. Agora, o FBI abriu um canal para que qualquer pessoa com informações sobre o caso as envie aos investigadores.