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    Posicionamento de Pence pode impactar sua candidatura em 2024

    O ex-vice-presidente norte-americano, Mike Pence, voltou a defender que invasão ao Congresso americano em janeiro "foi um dia sombrio na história do Capitólio"

    Análise de Chris Cillizza, CNN

    Em uma parada em New Hampshire na noite de quinta-feira (3), o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence defendeu sua conduta em 6 de janeiro e, no processo, pode muito bem ter condenado (ou pelo menos prejudicado) suas chances como candidato presidencial republicano nas eleições norte-americanas em 2024.

    “6 de janeiro foi um dia sombrio na história do Capitólio dos Estados Unidos”, disse Pence. “Naquele mesmo dia, reunimos novamente o Congresso e cumprimos nosso dever … Você sabe, o presidente Trump e eu conversamos muitas vezes desde que deixamos o cargo e não sei se algum dia estaremos de acordo sobre esse dia”.

    Pence está certo, é claro. A violenta insurreição no Capitólio dos Estados Unidos, que deixou mais de 100 policiais feridos e cinco mortos, foi um cataclismo que a democracia americana raramente viu igual.

    E Pence, como vice-presidente naquele dia, não tinha outra função além de cerimonial – supervisionar a certificação formal da contagem de votos eleitorais que mostrava Joe Biden como o vencedor das eleições de 2020.

    Nenhum desses fatos o protegerá da ira de Donald Trump e da base que o ex-presidente comanda.

    Trump tem, nas últimas semanas, mergulhado cada vez mais na loucura das teorias da conspiração que sugerem que ele será reintegrado como presidente em breve, como recontagens e auditorias de partes dos votos no Arizona e na Geórgia.

    Ele também está, de acordo com Maggie Haberman do The New York Times, “queimando o filme de Pence para várias pessoas, e para o doadores do RNC [Comitê Nacional Republicano, o principal braço de arrecadação de fundos do Partido Republicano], por não exceder sua autoridade legal naquele dia, o que se amplificou depois que o contrato do livro de Pence foi anunciado”. (Pence assinou um contrato multimilionário de dois livros em abril).

    O que Trump fez foi tornar o reconhecimento da verdade do que aconteceu em 6 de janeiro – e seu papel nisso – uma espécie de teste de lealdade para republicanos ambiciosos. Conte a verdade sobre aquele dia e corra o risco de se tornar a próxima Liz Cheney, sem o cargo de liderança republicana. Minta sobre aquele dia – ou tente minimizar o perigo real que o motim representou para os legisladores – e mantenha seu emprego como Kevin McCarthy.

    Pence parece estar se colocando, propositalmente, na primeira categoria. O que é uma jogada muito interessante, dado que não há, até o momento, nenhuma evidência de que os republicanos que rompem com Trump em 6 de janeiro têm qualquer tipo de futuro político dentro do partido.

    Afinal, a base republicana – ou pelo menos a maioria dela – está convencida de que as mentiras de Trump sobre a eleição são verdadeiras. Considere estes números de uma pesquisa nacional recente da Reuters/Ipsos:

    * 53% dos republicanos na pesquisa disseram que Donald Trump era o “verdadeiro” presidente, enquanto 47% disseram Joe Biden, que é o presidente atual.

    * Outros 56% dos republicanos dizem que os resultados das eleições de 2020 foram “o resultado de votação ilegal ou fraude eleitoral“.

    * Mais de 6 em 10 GOPers concordaram “fortemente” (39%) ou “um pouco” (22%) com a declaração de que a eleição de 2020 “foi roubada de Donald Trump”.

    Os eleitores da base tendem a ter uma voz desproporcional na escolha do candidato presidencial. E os eleitores da base republicana – pelo menos até agora – acreditam que Trump teve a eleição roubada. E Trump, com a cumplicidade voluntária de muitos líderes republicanos no Congresso, está tentando reescrever o que aconteceu em 6 de janeiro.

    Pence não está lendo esse script. O que, à sua maneira, é admirável. Mas, a menos que as opiniões do Partido Republicano sobre Trump mudem radicalmente entre agora e 2024 (sempre possível!), A posição de Pence em 6 de janeiro pode muito bem desqualificá-lo de uma consideração séria pelos eleitores republicanos nas primárias.

    Este é um texto traduzido, para ler o original, em inglês, clique aqui.

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