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    Porta-aviões dos EUA apoia Otan contra Rússia à medida que tensões atingem auge

    Pela primeira vez desde fim da Guerra Fria, grupo de ataque esteve sob comando da Otan em exercícios para eventual intervenção

    Os jatos são bem presos no convés de voo do USS Harry S Truman durante as operações de voo
    Os jatos são bem presos no convés de voo do USS Harry S Truman durante as operações de voo Vasco Cotovio/CNN

    Vasco CotovioFrederik PleitgenMartin Bourkeda CNN

    O cheiro de combustível de aviação enche o ar enquanto a aeronave supersônica F/A-18 Super Hornet se prepara para decolar. Seus motores estão ligados e o barulho está insuportavelmente alto no convés de voo do USS Harry S Truman.

    Um diretor de voo do porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos gesticula em direção ao jato, dando o aval para um sistema semelhante a uma catapulta arremessar a aeronave em direção à borda de uma pista que parece incrivelmente curta.

    Em segundos, ela está no ar e já quase fora de vista.

    Este processo complexo é aquele que pilotos e tripulantes deste porta-aviões de Classe Nimitz – um emblema do poderio militar dos EUA – repetem várias vezes, com incrível precisão. E eles não se incomodam com as circunstâncias de sua presença no Mar Adriático, à medida que as tensões entre os EUA e a Rússia atingem o auge.

    Esta é a primeira vez desde o fim da Guerra Fria que um grupo de ataque de porta-aviões, que inclui o USS Truman e outros cinco navios que o escoltam (e, pelo menos, mais um ou dois submarinos, cuja presença nunca é publicamente reconhecida) está sob o comando da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

    “Esta é a primeira vez que trabalho com a Otan em um porta-aviões”, disse à CNN o piloto do caça F/A-18, tenente Alex Tidei.

    “É a primeira vez para muitos de nossos pilotos – então tem sido uma ótima experiência”, acrescentou, aparentemente não afetado pelas tensões ao seu redor.

    O USS Truman – que transporta 90 aeronaves, incluindo uma frota de F/A-18 – estava a caminho do Oriente Médio em meados de dezembro, mas o Pentágono decidiu mantê-lo na Europa quando as tensões começaram a aumentar.

    O contra-almirante Curt Renshaw, comandante do Strike Group Eight, do qual o porta-aviões faz parte, disse à CNN: “Acho que isso envia uma mensagem aos aliados de que eles podem contar conosco. Estamos comprometidos com nossas alianças ou parcerias – nós somos capazes de operar imediatamente em qualquer lugar do mundo”.

    Com o Truman perto da costa europeia, os jatos podem chegar à maior parte da Europa Oriental em menos de uma hora, e sua presença na região dá aos membros da Otan, como a Bulgária, Romênia e Polônia, garantias adicionais de segurança.

    Embora o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tenha dito que os EUA não intervirão militarmente, mas, sim, impor sanções econômicas se a Rússia invadir ainda mais a Ucrânia, ele decidiu reforçar suas capacidades de dissuasão na Europa.

    Para pousar no USS Harry S Truman, o F/A-18 precisa pegar um fio para ajudá-lo a parar / Vasco Cotovio/CNN

    Na última quarta-feira (2), o Pentágono aprovou o envio de tropas adicionais para a parte oriental da Otan.

    “É totalmente consistente com o que eu disse [ao presidente russo Vladimir] Putin no início”, disse Biden a Kaitlan Collins, da CNN, na quarta-feira.

    “Enquanto ele estiver agindo agressivamente, vamos garantir aos nossos aliados da Otan e a Europa Oriental que estamos lá e que o Artigo V é uma obrigação sagrada”, disse Biden, referindo-se à pedra angular da aliança da Otan: um ataque contra um aliado é considerado um ataque contra todos.

    E é para isso que os exercícios do USS Truman estão preparando.

    “O que trazemos para os tomadores de decisões estratégicas é que somos capazes de executar absolutamente com perfeição, somos capazes de nos integrar com parceiros”, disse Renshaw, acrescentando: “Se, no nível tático, estivermos em nosso jogo, é isso que permite as opções que eu acho que os tomadores de decisões precisam fazer”.

    O Truman realizou um exercício de duas semanas com aliados da Otan no Mar Adriático, ao lado de navios de guerra noruegueses e turcos, embarcações adicionais e aeronaves de outros estados membros da Otan.

    De acordo com a aliança, milhares de forças da Otan estavam envolvidas no exercício.

    A Tenente Comandante Jeannette Lazzaro, que pilota o E-2 Hawkeye da Marinha dos EUA – uma aeronave de alerta precoce que desempenha um papel fundamental na coordenação com os aliados da Otan – disse à CNN que não está preocupada com o aumento das tensões entre os EUA e a Rússia.

    Ainda assim, ela acredita que os exercícios são importantes para garantir que os EUA e a Otan “estejam todos trabalhando juntos”.

    “Se alguma vez tivermos que fazer alguma coisa, estaremos todos na mesma página”, disse ela.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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