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    Por que Arizona e Pensilvânia podem decidir a corrida presidencial americana

    Juntos, os dois estados somam 21 votos no Colégio Eleitoral Americano; pesquisas apontam vantagem de Biden sobre Trump

    Homem preenche cédula eleitoral para eleição nos Estados Unidos em Boston
    Homem preenche cédula eleitoral para eleição nos Estados Unidos em Boston Foto: Brian Snyder/reuters (17.out.2020)

    Harry Enten, da CNN

    O presidente Donald Trump está tentando bloquear o caminho do ex-vice-presidente Joe Biden rumo aos 270 votos de colégio eleitoral. Pesquisas divulgadas neste final de semana apontam que essa é uma tarefa difícil, mas não é impossível.

    O melhor caminho de Trump para atrapalhar Biden é garantir que haja uma margem de erro acima da média nas pesquisas de intenção de voto no Arizona e, especialmente, na Pensilvânia.

    A matemática eleitoral é bem simples. Para chegar aos 270, Biden precisa de 38 votos a mais no colégio eleitoral do que os 232 que Hillary Clinton conquistou em 2016. É provável que ele receba um desses votos do 2º Distrito Congressional de Nebraska. Vale lembrar que o estado de Nebraska atribui um voto eleitoral para o vencedor de cada um dos seus distritos eleitorais.

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    Além disso, Biden é líder com vantagem significativa em dois estados onde Trump venceu por menos de um ponto em 2016: Michigan e Winsconsin. A pesquisa CNN/SSRS de sábado (31) colocou Biden 12 pontos à frente, considerando número provável de eleitores em Michigan.

    Na mesma pesquisa, no estado de Winsconsin, ele lidera com diferença de 8 pontos. Essa vantagem chega aos 11 pontos na pesquisa do New York Times/Siena College, divulgada neste domingo (1º).

    Esses dois estados valem 26 votos do colégio eleitoral, se combinados. Somando o 2º Distrito Congressional de Nebraska, Biden tem 259 votos.

    Isso significa que ele precisa de mais 11 votos. Outras pesquisas divulgadas no sábado e neste domingo, em estados individuais que, somados, valem pelo menos 11 votos, sugerem que o democrata terá algumas opções.

    O estado mais difícil é, provavelmente, a Flórida. Pesquisa do New York Times/Siena College mostra Biden e Trump separados por 3 pontos, enquanto pesquisa ABC News/Washington Post mostra a disputa com 2 pontos de diferença entre os candidatos. 

    Embora o líder de cada pesquisa seja diferente, as duas, combinadas, indicam o que já está claro há semanas: a Flórida e seus 29 votos do colégio eleitoral são uma disputa muito acirrada, com uma possível pequena vantagem para Biden.

    O democrata também pode chegar aos 270 votos com a Carolina do Norte e seus 15 assentos no colégio eleitoral. Pesquisa CNN/SSRS coloca Biden 6 pontos acima de Trump, enquanto a média das pesquisas aponta para uma vantagem de 3 pontos. 

    Essa corrida eleitoral tem Biden como o favorito, embora uma margem de erro média (de cerca de 3 pontos, considerando campanhas presidenciais desde 1972) poderia ser suficiente para que Trump saia vitorioso.

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    Trump tenta reverter vantagem de Biden na reta final

    Se Trump for capaz de levar tanto a Flórida como a Carolina do Norte (assim como Geórgia, cujas pesquisas têm resultados similares aos da Flórida), então é possível enxergar como o republicano pode ser reeleito.

    Ele precisaria vencer no Arizona e na Pensilvânia. Isso é possível? Sim. Será fácil? Não.

    Vamos começar com o Arizona. Biden teve vantagem de 6 pontos numa pesquisa New York Times/Siena College deste domingo. Outra, CNN/SSRS, colocou Biden com 50% dos votos e Trump com 46%, no sábado. 

    A média geral das pesquisas coloca Biden à frente por 4 pontos. Portanto, Trump precisa de uma margem de erro maior que 3 pontos em um estado onde não existe uma tradição de republicanos serem favorecidos pela margem de erro das pesquisas.

    Se Trump for capaz de superar isso, ele ainda precisaria vencer na Pensilvânia. (Existe um motivo pelo qual Trump tem feito tantas visitas ao estado.)

    Três pesquisas deste final de semana deram resultados similares nesse estado chave. Biden ficou cinco pontos à frente na pesquisa Muhlenberg College (bem dentro da margem de erro de 5,5), seis pontos à frente na pesquisa New York Times/Siena College e 7 pontos à frente na pesquisa ABC News/Washington Post.

    Superar uma diferença média de 6 pontos é possível, mas é muito difícil. É basicamente menor do que a chance de jogar uma moeda no ar três vezes e tirar cara três vezes.

    Como observei antes, não estamos em 2016. Trump precisa de algo a mais para alcançar uma margem de erro maior. Veja, não são apenas as pesquisas estaduais que precisam dessa margem ampliada. Trump precisa torcer para que as pesquisas nacionais também estejam bastante erradas.

    Ele está perdendo por cerca de 9 pontos nacionalmente. A última pesquisa desta campanha pela NBC/Wall Street Journal, deste domingo, enfatiza esse ponto. Nela Trump está perdendo por 10 pontos. Na última pesquisa da campanha, em 2016, Trump tinha apenas 4 pontos de desvantagem.

    As pesquisas nacionais se saíram muito bem em 2016. E apesar de a margem de erro nacional e a margem de erro do estado que determina o vencedor poderem ser diferentes (como em 2016), não haverá uma diferença de 9 pontos entre elas. Nada parecido jamais esteve perto de acontecer desde que o Partido Republicano foi fundado.

    Isso significa que qualquer margem de erro de pesquisa dos estados indecisos precisa acontecer também na pesquisa nacional, ao contrário de 2016.

    Novamente, isso é possível, mas é improvável. Isso torna Biden o claro favorito e Trump o claro azarão apenas dois dias antes da eleição.