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    Policial que atirou em Breonna Taylor faz vaquinha para se aposentar

    Policial busca doações em site religioso por causa de 'trauma psicológico' e 'destruição da reputação'

    Scottie Andrew, , da CNN

    O policial de Louisville, no estado Kentucky, EUA, que atirou em Breonna Taylor está arrecadando dinheiro para financiar sua aposentadoria.

    O detetive Myles Cosgrove foi um dos três policiais de Louisville que dispararam contra o apartamento de Taylor em março passado, após invadir o local para cumprir um mandado de busca relacionado ao ex-namorado de Taylor.

    Breanna Taylor, uma técnica de pronto-socorro, morreu em decorrência de vários ferimentos à bala sofridos na operação malsucedida.

    Agora, Cosgrove está buscando fundos em um “site de crowdfunding cristão” chamado GiveSendGo para que ele possa “comprar o restante de seu tempo de serviço” e se aposentar, de acordo com a descrição do pedido. Segundo o apelo, ele quer se concentrar na segurança de sua família, que, está ameaçada desde que os protestos começaram após a morte de Breonna.

    “A reputação de Myles foi completamente desmantelada e o trauma psicológico é algo que ele terá que enfrentar pelo resto de sua vida”, afirma o pedido.

    Jarrod Beck, um dos advogados de Cosgrove, apenas confirmou à CNN que a página foi criada por membros da família de Cosgrove, sem tecer mais comentários. A CNN também entrou em contato com a GiveSendGo para falar sobre a campanha e está esperando uma resposta. 

    A meta da vaquinha online é conseguir US$ 75 mil. Na manhã de quarta-feira (30), a arrecadação estava em mais de US$ 9 mil. O jornal Louisville Courier Journal foi o primeiro a relatar sobre a arrecadação de fundos.

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    Cosgrove e o oficial Jonathan Mattingly eram dois dos três oficiais presentes na ação da noite de 13 de março que terminou com a morte de Breonna Taylor.

    Breonna Taylor tinha 26 anos e era técnica de emergência médica
    Breonna Taylor tinha 26 anos, era técnica de emergência médica e aspirante à enfermeira
    Foto: Change.org

    Nenhum dos dois foi indiciado por suas ações naquela noite, embora o procurador-geral do Kentucky, Daniel Cameron, tenha dito que Cosgrove tenha dado o tiro fatal – que ele disse ser justificado porque o namorado de Taylor atirou primeiro nos policiais.

    Um terceiro policial, Brett Hankison, foi indiciado por três acusações de conduta arbitrária em primeiro grau por atirar às cegas contra um apartamento vizinho que estava ocupado.

    Hankison se declarou inocente.

    O procurador Cameron disse a uma afiliada da CNN que não faria acusações de assassinato contra Cosgrove ou Mattingly.

    A decisão do grande júri de indiciar apenas um dos policiais envolvidos em sua morte, e nas acusações de crime de Classe D (o mais baixo de quatro classes de crimes na legislação dos EUA), indignou os manifestantes de Louisville. Na semana passada, dois policiais de Louisville foram baleados em um protesto e dezenas de manifestantes, incluindo a única deputada negra do Kentucky, foram presos.

    GiveSendGo também tem pedidos para Kyle Rittenhouse e policial de Kenosha

    A organização GiveSendGo atualmente organiza pedidos de arrecadação de fundos para dois outros atiradores: Kyle Rittenhouse, o jovem de 17 anos acusado de assassinato em primeiro grau por supostamente atirar e matar duas pessoas em Kenosha, Wisconsin, durante protestos contra os tiros dados em Jacob Blake; e Rusten Sheskey, o oficial de Kenosha que atirou em Jacob Blake. As campanhas arrecadaram mais de US$ 500 mil e US$ 30 mil respectivamente.

    A GiveSendGo não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário da CNN, mas, em uma declaração publicada após a reação por hospedar o fundo legal de Rittenhouse, a cofundadora da empresa, Heather Wilson, escreveu que a plataforma permite campanhas “mesmo que não concordemos com elas”, desde que os métodos de financiamento sejam legais.

    *Ray Sanchez e Mark Morales, da CNN, contribuíram com a reportagem.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês).

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