Poetisa e vencedora de Nobel, Louise Glück morre aos 80 anos
Seus poemas, aparentemente simples, revelaram verdades viscerais sobre amor, perda e sobrevivência
Poetisa norte-americana e ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em 2020, Louise Glück, morreu aos 80 anos. A morte de Glück foi confirmada por editor da Farrar, Straus & Giroux nesta sexta-feira (13).
Seus poemas, aparentemente simples, revelaram verdades viscerais sobre amor, perda e sobrevivência,
Glück foi uma das poetisas americanas mais premiadas de seu tempo. Ela ganhou o Prêmio Pulitzer de Poesia, em 1993, por sua coleção “The Wild Iris”; o National Book Award for Poetry, em 2014, por “Faithful and Virtuous Night”; e a National Humanities Medal, em 2015, do então presidente Barack Obama, entre outras homenagens.
Ela era elogiada como uma escritora acessível, cujo trabalho “torna universal a existência individual”, de acordo com o comitê do Prêmio Nobel que a homenageou.
Glück nasceu em Nova York em 1943 e foi criada em Long Island. A arte era considerada uma “vocação nobre” em sua casa, escreveu Glück em sua biografia do Nobel.
Seu pai, um imigrante judeu, a incentivou a abraçar suas paixões criativas, a escrever histórias e ter aulas de música, teatro e dança. Ela enviou seu primeiro livro completo às editoras aos 16 anos.
Embora não tenham sido publicado sozinhos, versos que ela escreveu na adolescência apareceram, “ligeiramente reconstituídos”, em seus trabalhos posteriores, também observou a biografia de Glück no Nobel.
Glück foi retirada do ensino médio durante o último ano para tratamento de um transtorno alimentar. Após cerca de um ano de tratamento, se matriculou em oficinas de poesia na Universidade de Columbia, em sua cidade natal, Nova York.
Ela tinha 23 anos quando completou sua primeira coleção de poesia publicada, “Primogênito”, de 1968, mas depois disso caiu em um período de intenso bloqueio criativo — ela chamou isso de “longo silêncio”.
Esse silêncio persistiu até quase os 30 anos, quando foi convidada para lecionar no Goddard College em Plainfield. Interesses por seus primeiros trabalhos reviveram durante momento de “nova curiosidade sobre mulheres poetisas”.
Ela chamou sua nova profissão de “milagre”, por inspirá-la a pegar a caneta novamente.
Foi durante este período de produtividade que ela teve um filho, Noah, aos 30 anos. Como mãe solteira, Glück desafiou-se a expandir a suas obras sobre amor e perda.
Tal como as obras pelas quais se sentiu atraída quando criança, os poemas pelos quais é mais conhecida pretendiam ser diálogos privados entre o escritor e o leitor.
Como ela explicou em seu discurso de aceitação do Nobel de 2020: “Gostei da sensação de que o que o poema falava era essencial e também privado, a mensagem recebida pelo padre ou pelo analista”.
Seus versos costumam ser precisos e claros. Os poemas de Glück falam diretamente aos seus leitores como participantes ativos.
Glück continuou a escrever e lecionar até o fim da vida, mais recentemente como professora de poesia na Universidade de Yale em New Haven, Connecticut, e no programa de redação criativa da Universidade de Stanford.