Planalto se irrita com fila de autoridades antes de Bolsonaro em cúpula do clima
Sem ser ouvido por Joe Biden, presidente brasileiro discursou depois de Ilhas Marshall, Bangladesh, Indonésia e Argentina
A posição que o Brasil ficou na fila autoridades que discursaram na Cúpula de Lideres para o Clima, nesta quinta-feira (22), incomodou o Palácio do Planalto. A manifestação do presidente Jair Bolsonaro foi prevista para 10h48, após as falas públicas de representantes de uma dezena de países, alguns de economias menores.
Uma preocupação era que o presidente americano Joe Biden já não estivesse no encontro no momento da fala de Bolsonaro — o que ocorreu. Biden agradeceu e deixou a sala antes do discurso do presidente da Argentina. Bolsonaro foi anunciado pelo secretário de Estado, Antony Blinken.
À CNN, auxiliares de Bolsonaro ressaltaram nominalmente alguns países que foram ouvidos antes: Ilhas Marshall, Bangladesh, Indonésia e Argentina.
Afirmaram que o Brasil foi comunicado que outros países passariam à frente, durante o fim de semana, e que não houve espaço para o Itamaraty negociar.
Um importante auxiliar de Bolsonaro afirmou que não houve nenhuma justificativa para a ordem, nenhum critério objetivo. Para ele, faltou cuidado com o Brasil.
No discurso, Bolsonaro tentou imprimir alinhamento com “compromissos ambiciosos” e prometeu neutralidade na emissão de gases poluente em 2050, antecipando a meta brasileira em dez anos, se colocando no mesmo patamar do que preveem países como Estados Unidos e Alemanha. Por outro lado, o Brasil deixou de prever meta para agora.
O presidente também pediu apoio dos outros países nas políticas ambientais brasileiros apontando a baixa de orçamento como um problema. “Estamos abertos à cooperação internacional”, enfatizou.
Veja a ordem dos discursos na Cúpula do Clima: