Piloto americano tira selfie mostrando o balão espião chinês no ar
A foto mostra a sombra da aeronave no balão e uma imagem nítida da carga útil do objeto que atravessava o território americano
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou uma selfie tirada na cabine de um avião espião U-2, enquanto um aviador sobrevoava o balão de vigilância chinês abatido pelos militares dos EUA no início deste mês.
A selfie, tirada pelo piloto do U-2, mostra a sombra da aeronave no balão e uma imagem nítida da carga útil do objeto enquanto atravessava no território continental dos Estados Unidos.
O balão foi avistado pela primeira vez pelos EUA em 28 de janeiro e finalmente abatido pelos militares na costa da Carolina do Sul após cruzar o país.
Um alto funcionário do Departamento de Estado disse no início deste mês que os sobrevoos “revelaram que o balão de alta altitude era capaz de conduzir operações de coleta de sinais de inteligência”.
As autoridades disseram que decidiram não derrubar o balão sobre os EUA devido ao seu tamanho, temendo que os destroços que caíssem pudessem ferir civis ou propriedades no solo.
O general Glen VanHerck, comandante do Comando do Norte dos EUA e do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD), disse mais tarde que o balão tinha 61 metros de altura com uma carga que pesava alguns milhares de libras.
As autoridades também sustentaram que o balão não era capaz de realizar uma coleta significativa de inteligência, em parte porque os EUA tomaram medidas para protegê-lo imediatamente após avistá-lo.
O U-2 é uma aeronave monoplace de reconhecimento e vigilância de alta altitude com “características de planador”, de acordo com a Força Aérea. Como os aviões são regularmente “voados em altitudes superiores a 21 mil metros”, os pilotos “devem usar um traje pressurizado semelhante ao usado pelos astronautas”.
A foto divulgada na quarta-feira (22) mostra claramente o piloto voando acima do balão, que estava pairando a 18 mil metros quando foi avistado sobre Montana.
A selfie foi capturada uma semana depois que o balão entrou no espaço aéreo dos EUA perto do Alasca, e o NORAD enviou caças para fazer uma identificação positiva, de acordo com autoridades de defesa.
Ainda assim, as autoridades que rastrearam o balão não viram motivos para se alarmar. Na época, de acordo com autoridades americanas, esperava-se que o balão sobrevoasse o Alasca e continuasse em uma trajetória ao norte que oficiais de inteligência e militares pudessem rastrear e estudar.
Em vez disso, logo após o balão cruzar a terra, ele alarmou as autoridades ao fazer sua inesperada curva para o sul.
Uma vez sobre o território dos EUA, as autoridades argumentaram que os benefícios de coletar informações adicionais sobre o balão superavam em muito o risco de derrubá-lo em terra.
Os EUA enviaram aviões espiões U-2 para rastrear o progresso do balão, segundo autoridades americanas.
Os esforços de recuperação começaram imediatamente depois que o balão foi abatido sobre o Oceano Atlântico em 4 de fevereiro e foram concluídos em 17 de fevereiro.
Pedaços dos destroços foram transferidos para o Laboratório do Federal Bureau of Investigation na Virgínia para serem estudados mais a fundo.
A vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, disse na quarta-feira que a carga do balão foi recuperada.