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    Pessoas ligadas à morte de Jovenel Moïse trabalharam como informantes dos EUA

    Pelo menos um dos homens presos pelas autoridades haitianas trabalhava anteriormente como informante da Agência Antidrogas dos Estados Unidos, a DEA

    Evan Perez*, da CNN

     

    Vários dos homens envolvidos na operação que matou o presidente do Haiti, Jovenel Moïse, trabalharam anteriormente como informantes dos Estados Unidos, de acordo com pessoas informadas sobre o assunto, enquanto os investigadores americanos lutam com um número crescente de ligações da Flórida com o suposto esquadrão da morte.

    Pelo menos um dos homens presos pelas autoridades haitianas trabalhava anteriormente como informante da Agência Antidrogas dos Estados Unidos, disse a DEA em um comunicado em resposta à CNN.

    “Um dos suspeitos do assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse era uma fonte confidencial da DEA”, disse a agência americana em um comunicado.

    “Após o assassinato do presidente Moïse, o suspeito procurou seus contatos na DEA. Um funcionário da DEA designado ao Haiti instou o suspeito a se entregar às autoridades locais e, junto com um funcionário do Departamento de Estado dos EUA, forneceu informações ao governo haitiano de que ajudou na entrega e prisão do suspeito e de outro indivíduo”, disse a DEA.

    A DEA disse ter conhecimento de relatos de que alguns assassinos gritaram “DEA” no momento do ataque. A DEA disse em seu comunicado que nenhum dos agressores estava operando em nome da agência.

    Fontes de inteligência

    Outros também tinham laços com os Estados Unidos, incluindo trabalhar como informantes para o FBI, disseram as pessoas informadas sobre o assunto. O FBI disse em resposta à reportagem da CNN que não comenta sobre informantes, exceto para dizer que usa “fontes legais para coletar inteligência” como parte de suas investigações.

    Moïse foi morto na quarta-feira (7) em uma operação que as autoridades haitianas dizem ter envolvido pelo menos 28 pessoas, muitas delas mercenários colombianos contratados por uma empresa de segurança com sede na Flórida.

    As autoridades anunciaram nesta segunda-feira (12) a prisão de um suspeito que, segundo eles, orquestrou o assassinato. Christian Emmanuel Sanon, 63 anos, entrou no país em um jato particular em junho, disse o chefe de polícia local, Leon Charles, em entrevista coletiva.

    Autoridades haitianas afirmam que Sanon contratou a empresa de segurança CTU, com base na Flórida, que alegou ter recrutado homens inicialmente para fornecer segurança para Sanon, embora a missão pareça ter mudado depois disso.

    Não está claro se os homens que trabalharam como informantes da lei dos Estados Unidos deliberadamente participaram do plano de assassinato ou sabiam da missão, disseram as pessoas informadas sobre o assunto.

    A CNN não conseguiu entrar em contato com Sanon ou seus representantes para comentar o assunto desde sua prisão.

    As autoridades haitianas forneceram detalhes limitados sobre a investigação, mas o número crescente de conexões da Flórida com a trama parece retratar uma operação pelo menos parcialmente planejada nos Estados Unidos.

    Isso pode aumentar a probabilidade de que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos possa abrir processos contra qualquer participante dos país no complô. Autoridades haitianas disseram que três cidadãos norte-americanos estão presos por envolvimento no assassinato.

    Este texto foi traduzido do inglês. Clique aqui para ler o original

    (*Com a colaboração de Caitlin Hu, Mitchell McCluskey e Jessie Yeung, da CNN)

    Jovenel Moise durante entrevista coletiva em Porto Príncipe
    Jovenel Moise foi assassinado na última quarta-feira (7)
    Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares