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    Pequim repreende Japão e Reino Unido por cúpula do G7 “anti-China”

    Declarações do grupo destacaram o país em questões como Taiwan, armas nucleares, coerção econômica e abusos dos direitos humanos

    Por Liz Lee e Satoshi Sugiyama, da Reuters

    A publicação chinesa apoiada pelo governo Global Times chamou o G7 de “workshop anti-China”, nesta segunda-feira (22), um dia depois que Pequim convocou o enviado do Japão e repreendeu o Reino Unido em uma resposta veemente às declarações emitidas na cúpula do grupo em Hiroshima.

    As declarações do G7 divulgadas no sábado (20) destacaram a China em questões como Taiwan, armas nucleares, coerção econômica e abusos dos direitos humanos, ressaltando as amplas tensões entre Pequim e o grupo de países ricos que inclui os Estados Unidos.

    “Os EUA estão se esforçando para tecer uma rede anti-China no mundo ocidental”, disse o Global Times em um editorial na segunda-feira intitulado “G7 se rebaixou a um workshop anti-China”.

    “Esta não é apenas uma questão de interferência brutal nos assuntos internos da China e difamar a China, mas também um desejo indisfarçável de confronto entre os campos.”

    O Ministério das Relações Exteriores de Pequim disse que se opõe firmemente à declaração do G7 – que também inclui Japão, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha e Itália – e no domingo disse que convocou o embaixador do Japão na China em um protesto direto ao anfitrião da cúpula.

    A Rússia, uma aliada próxima da China que também foi citada no comunicado do G7 por causa de sua guerra na Ucrânia, disse que a cúpula foi uma “incubadora” para a histeria anti-russa e anti-chinesa.

    Separadamente, a embaixada da China no Reino Unido instou Londres a parar de caluniar a China, depois que o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que Pequim representa o maior desafio do mundo para a segurança e a prosperidade.

    O principal comunicado dos líderes do G7 mencionou a China 20 vezes, a maior quantidade nos últimos anos, e acima das 14 menções em 2022.

    “A reação da China desta vez é bastante intensa”, disse Wang Jiangyu, professor da Universidade da Cidade de Hong Kong.

    “O G7 mencionou muitas preocupações (sobre a China) de uma forma sem precedentes. A China vê essas questões como seus interesses centrais que são inteiramente assuntos internos que não são para o G7 tratar”, afirmou ele.

    Além de questionar os comentários do G7 sobre Taiwan, a ilha democrática que a China reivindica como sua, Pequim também acusou os EUA e seus aliados de padrões duplos a respeito de comentários sobre construção nuclear e uso de influência econômica.

    Apesar da reação de Pequim, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse esperar um degelo nas relações geladas com a China “muito em breve”.

    Alguns analistas, no entanto, não veem nenhum sinal de alívio imediato das tensões, especialmente devido à refutação rápida e contundente de Pequim.

    “A reação de Pequim (especialmente a rapidez de sua divulgação) destaca que as tensões na região já são bastante altas e provavelmente aumentarão ainda mais”, disse Moritz Rudolf, pesquisador e membro do Paul Tsai China Center da Universidade de Yale.

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