Pence se esquiva de dizer se Trump aceitaria derrota: ‘Confio em eleição justa’
Em diversas oportunidades, Donald Trump deu demonstrações de que pode não aceitar os resultados das eleições americanas no caso de uma eventual derrota
Em diversas oportunidades, Donald Trump deu demonstrações de que pode não aceitar os resultados das eleições americanas no caso de uma eventual derrota para Joe Biden. Na noite desta quarta-feira (7), em debate dos candidatos a vice, Mike Pence foi questionado sobre o assunto.
A resposta de Pence foi similar às falas de Trump nas vezes em que foi questionado sobre o assunto — condicionando a aceitação dos resultados à realização de uma “eleição justa”.
“Se tivermos uma eleição livre e justa, teremos confiança nela. E eu sei e acredito que o presidente Donald Trump será reeleito por mais quatro anos”, disse Pence.
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Pence corroborou a possibilidade aventada por Trump de que haja uma fraude nas eleições com a adoção ampla do voto por correio nos Estados Unidos.
“Estamos lutando todos os dias para impedir que as regras sejam mudadas e esse voto impresso universal seja criado, o que criaria uma oportunidade gigantesca para fraudes. Temos uma eleição livre e queremos confiar nela”, disse o vice-presidente.
Antes de mencionar “eleições justas” como uma condição para aceitar o resultado das urnas, Pence reiterou sua confiança de que a chapa republicana sairá vitoriosa nas eleições, marcadas para 3 de novembro.
Questionamentos democratas sobre 2016
O vice de Trump acusou, ainda, os democratas de tentarem mudar o resultado das eleições de 2016. Após a derrota de Hillary Clinton, opositores de Trump levantaram a suspeita de interferência russa nas eleições e questionaram a vitória do republicano.
Pence afirmou que as investigações sobre o caso não encontraram “nenhuma obstrução” e “nenhum conluio” com a Rússia. O republicano citou ainda a abertura de um processo de impeachment contra Trump, em 2019, como outra tentativa de mudar o resultado das últimas eleições. Segundo ele, tentaram tirar o presidente do posto com base em “um telefonema”.
Trump foi acusado de tentar recrutar poder estrangeiro para interferir a seu favor na campanha de reeleição – por pedir ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que colaborasse com seu advogado pessoal, Rudolph Giuliani, em uma investigação sobre Hunter Biden – filho do ex-vice-presidente Joe Biden – no caso de denúncias de corrupção envolvendo uma empresa de gás ucraniana.
O processo de impeachment foi aberto na Câmara, mas o Senado absolveu Trump de ser julgado.