Pelo menos 40 imigrantes morrem em incêndio durante protesto em centro de detenção no México
Segundo o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, as autoridades acreditam que o incêndio começou quando alguns imigrantes atearam fogo em colchões em protesto ao descobrirem que seriam deportados
Pelo menos 40 imigrantes da América do Sul e América Central morreram em um incêndio na noite de segunda-feira (27), aparentemente causado por um protesto contra deportações em um centro de detenção para imigrantes na cidade mexicana de Ciudad Juárez, na fronteira ao norte do país, disseram autoridades nesta terça-feira.
Segundo o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, as autoridades acreditam que o incêndio na cidade oposta a El Paso, no Texas, começou às 21h30 (horário local) quando alguns imigrantes atearam fogo em colchões em protesto ao descobrirem que seriam deportados. O presidente não forneceu detalhes sobre como tantas pessoas morreram no incidente.
“Eles não achavam que isso causaria uma tragédia terrível”, disse López Obrador em entrevista coletiva, observando que a maioria dos imigrantes nas instalações era da América Central e da Venezuela.
Das vítimas, 28 eram guatemaltecos, segundo o Instituto Nacional de Migração da Guatemala, e 13 eram hondurenhos, de acordo com o vice-ministro das Relações Exteriores do país. Não ficou imediatamente claro por que esses totais diferiam do número de mortos informado pelas autoridades mexicanas.
Uma testemunha da Reuters no local viu, durante a noite, corpos estendidos no chão em sacos mortuários atrás de um cordão de segurança amarelo, cercados por veículos de emergência. O fogo já havia sido apagado.
Além dos 40 mortos, outros 28 imigrantes ficaram feridos no incêndio e foram hospitalizados, informou o Instituto Nacional de Migração do México (INM). Todos eram homens adultos, disseram as autoridades.
Não está claro como o incêndio foi controlado, se havia saídas de emergência ou quais protocolos as autoridades adotaram para lidar com os protestos.