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    Pela 1ª vez, papa se refere a minoria muçulmana na China como ‘povo perseguido’

    Para Pequim, inclusão dos uigures na lista de povos perseguidos é ‘totalmente infundada’

    Pela primeira vez, o papa Francisco se referiu publicamente aos uigures, minoria muçulmana na China, como povo perseguido, quebrando o silêncio sobre as alegações de abuso generalizado dos direitos humanos na região de Xinjiang.

    “Penso com frequência nos povos perseguidos: os rohingyas, os pobres uigures, os yazidis – o que o Estado Islâmico fez com eles foi verdadeiramente cruel – ou cristãos no Egito e no Paquistão mortos por bombas que explodiram enquanto eles rezavam na igreja”, disse o pontífice no novo livro Let us dream: the path to a better future (Deixe-nos sonhar: o caminho para um futuro melhor, em tradução livre), publicado nessa segunda-feira (23).

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    O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou que cerca de dois milhões de uigures e outros grupos minoritários são levados para grandes centros de detenção em Xinjiang, onde ex-presos descrevem que são sujeitos a doutrinação, abuso físico e esterilização.

    Pequim insiste que os campos são centros de treinamento vocacional construídos para enfrentar a ameaça de extremismo religioso, e nega as alegações de abusos generalizados dos direitos humanos em Xinjiang.

    O papa não falou mais a respeito do assunto no livro, além da breve menção. A obra, uma reflexão sobre a visão de Francisco a respeito de um mundo pós-Covid-19, foi escrito junto ao biógrafo papal Austen Ivereigh, em meados de 2020.

    Durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (24), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que a inclusão pelo papa Francisco dos uigures na lista de povos perseguidos foi “totalmente infundada”.

    “Há 56 grupos étnicos na China e o grupo étnico dos uigures é um membro igual da grande família da nação chinesa. O governo chinês sempre tratou [todos] os grupos minoritários de forma igualitária e protegeu seus direitos e interesses legítimos”, afirmou.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês.)

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