Ainda há brasileiros em Gaza, mas não existe 2ª lista para repatriação, diz representante do Brasil na Palestina à CNN
"Comunidade na região tem cerca de 100 brasileiros e familiares, incluindo os que já retornaram", explicou Alessandro Candeas
“A comunidade brasileira em Gaza tem cerca de 100 brasileiros, incluindo aqueles que já retornaram ao Brasil”, disse à CNN, nesta segunda-feira (13), Alessandro Candeas, após 32 pessoas deixarem a região, afetada pela guerra entre Israel e o Hamas, rumo a Brasília. Segundo ele, não há uma segunda lista de solicitações de retorno.
O processo de repatriação teve diversos entraves, incluindo o fechamento temporário da fronteira de Rafah, até o momento de embarque. Para Candeas, foram “três semanas de inércia angustiante” até garantir a segurança dos cidadãos.
Negociação para a saída
O representante do Brasil afirmou que, desde o início do conflito, houve uma mobilização pela retirada dos brasileiros. “Imagens como essa [do embarque] nos alegram e recompensam esse esforço”.
O processo envolveu o abrigo desse grupo em uma escola e, depois, em locais alugados. Para garantir a segurança dos espaços, o paradeiro era informado ao governo de Israel e outras autoridades, relatou Candeas.
Ele descreveu a interlocução pela saída como “complexa em todos os níveis”. Além de Israel e do Egito, ela envolveu ainda o grupo radical islâmico que controla Gaza.
“Era necessário ter algum canal pragmático, prático e objetivo com as autoridades de Gaza. Isso não implica em qualquer nível de negociação ou reconhecimento, mas, para entrar ou sair da região, a autorização do grupo que, de fato, a controla é necessária”, contou.
Além da complexidade da negociação, o representante citou ainda o bombardeio de estradas próximas como uma dificuldade adicional para a retirada.
Ele não classificou esse ato como uma retaliação de nenhuma das partes envolvidas no embate ao posicionamento brasileiro.