Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Partido da extrema direita de Portugal chama de “vergonha” proposta de reparação sobre escravidão

    "Chega" criticou nas redes sociais os comentários do presidente português sobre a responsabilização histórica do país

    Presidente de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa em Lisboa
    Presidente de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa em Lisboa 2/4/2024 REUTERS/Pedro Nunes

    Da CNN Brasil*

    O partido de extrema direita Chega, de Portugal, chamou de “vergonha” a proposta de reparação aos danos causados pela escravidão feita pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa, na terça-feira (23).

    Em uma postagem no X, antigo Twitter, o partido ainda afirmou que se houvesse como pediria a destituição do líder português pelos comentários a respeito do assunto.

    Na terça-feira (23), o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que Portugal foi responsável por crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era colonial, e sugeriu a necessidade de reparações.

    Falando em um evento com correspondentes estrangeiros, Rebelo de Sousa disse que Portugal “assume total responsabilidade” pelos erros do passado e que esses crimes, incluindo massacres coloniais, tiveram “custos”.

    “Temos que pagar os custos”, afirmou ele. “Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso.”

    A ideia de pagar reparações ou tomar outras medidas pela escravidão transatlântica vem ganhando força em todo o mundo, incluindo esforços para estabelecer um tribunal especial sobre a questão.

    Durante mais de quatro séculos, pelo menos 12,5 milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força por longas distâncias, principalmente por navios e comerciantes europeus, e vendidos como escravos.

    Aqueles que sobreviviam à viagem acabavam trabalhando em plantações nas Américas, principalmente no Brasil e no Caribe, enquanto outros lucravam com seu trabalho.

    Portugal traficou quase 6 milhões de africanos, mais do que qualquer outra nação europeia, mas até agora não conseguiu confrontar seu passado e pouco se ensina sobre seu papel na escravidão transatlântica nas escolas.

    Ativistas afirmam que as reparações e as políticas públicas para combater as desigualdades causadas pelo passado de Portugal, incluindo o racismo sistêmico, são essenciais.

    ***Com informações de Reuters.