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    Parte do ativo eleitoral de Trump é não ter filtro, diz diretor da Eurasia

    Ex-presidente dos Estados Unidos foi acusado formalmente em 34 ações sobre registros falsos da Trump Organization

    Douglas PortoRafael Saldanhada CNN , em São Paulo

    O diretor-executivo para as Américas da Eurasia, Christopher Garman, analisou, nesta terça-feira (4), em entrevista à CNN, que parte do ativo eleitoral do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump é não ter filtro em suas declarações, agindo por instintos.

    “Parte do ativo eleitoral do Trump é que ele não tem filtro. Ele age por instintos, tem uma retórica que segue esses instintos. O tato político dele foi sentir essa frustração, essa angústia dessa classe média americana, que está se sentindo excluída, não está sendo representada em Washington, que tem essa dominância liberal e progressista, que perdeu a noção com o americano médio. E quando ele escuta o Donald Trump falar dessa forma, o que passa é autenticidade”, explicou Garman.

    “Esse estilo que ele tem, de revolta, que é vítima desses promotores liberais, progressistas, que são parte do sistema, permanece. A gente está na vendo nas pesquisas que o Donald Trump está se performando melhor. Hoje o debate nos Estados Unidos é se esse indiciamento vai ajudar ainda mais o capital político dele nas primárias do Partido Republicano, e os primeiros dados sugerem que sim”, continua.

    Em coletiva de imprensa na noite desta terça-feira, após ser acusado formalmente em 34 ações sobre registros falsos da Trump Organization, o ex-presidente dos Estados Unidos afirmou que nunca pensou “que algo assim pudesse acontecer” no país.

    Segundo os promotores de Nova York, ele estaria envolvido em um esquema de “conspiração ilegal” contra eleição de 2016. Ele se declarou inocente.

    Trump alegou que o sistema de Justiça virou “sem lei” e que estaria sendo utilizado por seus adversários para “ganhar eleições”. “Este caso falso foi trazido apenas para interferir nas próximas eleições de 2024. E deve ser descartado imediatamente”, disse.

    “O único crime que cometi foi defender destemidamente nossa nação daqueles que procuram destruí-la”, destacou o empresário em sua propriedade em Mar-A-Lago, na Flórida.

    O ex-presidente apareceu para uma multidão de apoiadores acompanhado pela música “Proud to be an American” (Orgulhoso de ser americano, em tradução livre). A multidão gritou “EUA” enquanto ele se dirigia ao microfone.

    Ele mencionou e questionou novamente a eleição presidencial de 2020, atacou o presidente Joe Biden — dizendo que o país viveu o “tempo mais vergonhoso” com a retirada do Afeganistão — e afirmou que “nosso país está indo para o inferno”, ao que o público aplaudiu.

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