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    Parlamento Europeu admite uso do cigarro eletrônico como alternativa ao convencional 

    Informação está em relatório aprovado recentemente sobre doenças não transmissíveis, que são aquelas poderiam ser evitadas, como é o caso do tabagismo

    Cigarro eletrônico ainda não é permitido no Brasil
    Cigarro eletrônico ainda não é permitido no Brasil Divulgação / Ministério da Saúde

    Da CNN

    O consumo dos cigarros eletrônicos vem crescendo no mundo. A estimativa é que haja quase 370 milhões de consumidores, hoje. Por isso, o relatório do Parlamento Europeu considera o uso dos chamados vapes como uma ferramenta para que adultos deixem de fumar cigarros convencionais, mas também ressalta a importância de tomar medidas para regulamentar seu uso como, por exemplo, proibi-lo em ambientes fechados.

    Para Johan Nissinen, que é membro do Parlamento Europeu diz que isso abre a oportunidade para que os dispositivos eletrônicos para fumar sejam utilizados como um instrumento de redução de danos do tabagismo. “A decisão agora é que neste relatório eles abriram a possibilidade da redução de danos. Isso significa que você tem outras alternativas que são melhores do que fumar [cigarros convencionais]. E isso é uma novidade boa porque antes eles diziam ‘não precisamos de outras alternativas, todo mundo que fuma precisa parar de fumar’. Ainda cabe a cada país seguir a determinação, ou não”, afirma.

    Atualmente, cerca de 80 países já possuem regras para esses produtos, inclusive neste sentido de tentar reduzir o uso do cigarro comum. É o caso do Reino Unido. “Temos cerca de 150 redes de serviços de “Pare de Fumar”, onde fumantes de cigarros podem acessar apoio gratuito para a cessação do tabagismo. Já temos esse programa há vários anos. E o governo anunciou recentemente que vai financiar uma medida para dar a cerca de um milhão de pessoas que fumam cigarros convencionais kits gratuitos para iniciantes de cigarros eletrônicos e apoio comportamental para ajudá-los a parar de fumar cigarros”, conta a pesquisadora Debbie Robson, que é do Centro Nacional de Redução de Danos do Tabaco, do King’s College, em Londres.

    A Organização Mundial da Saúde considera que não há evidências suficientes para afirmar que esses dispositivos possam ajudar fumantes a parar. Mas pesquisas conduzidas com o apoio do governo britânico trazem novas perspectivas. “Colegas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, estão revisando e sintetizando evidências, e o que eles relatam a partir dos estudos que analisam, é que a vaporização pode ajudar as pessoas a parar de fumar, e é mais eficaz do que a terapia de reposição de nicotina como, por exemplo, adesivos de nicotina e chicletes de nicotina. Isso nos levou provavelmente a uma posição diferente na Inglaterra do que em outras partes do mundo”, afirma a pesquisadora Debbie Robson.

    O site do Serviço Nacional de Saúde Britânico (NHS) tem, inclusive, uma página na internet dedicada a informar os cidadãos dos mitos e verdades sobre os cigarros eletrônicos.

    No Brasil, estes dispositivos são proibidos desde 2009, por decisão da Anvisa. A agência, porém, abriu um processo de revisão regulatória em 2019 e, desde então, vem colhendo evidências sobre o tema. Como parte desse processo, foi aberta uma consulta pública para ouvir a sociedade civil, que tem até 09 de fevereiro para enviar suas contribuições. Somente após analisar todos os dados, a Anvisa deve decidir se mantém, ou não, a proibição em vigor.