Parlamento de Israel aprova decreto que proíbe protestos a mais de 1 km de casa
Governo diz que medida temporária é parte do lockdown para conter Covid-19, mas opositores veem tentativa de reprimir atos contra premiê Benjamin Netanyahu
O parlamento de Israel aprovou um decreto apoiado pelo governo na quarta-feira que provavelmente reprimirá os protestos contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que enfrenta crescente descontentamento de parte da população por denúncias de corrupção e a forma como lidou com a crise do coronavírus.
A legislação, ratificada após um debate que durou toda a noite no Knesset, proíbe os israelenses de realizar manifestações a mais de 1 quilômetro de suas casas, uma medida que o governo disse ter como objetivo reduzir as infecções por Covid-19.
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Os críticos da nova medida, que se torna parte do segundo lockdown nacional de Israel que entrou em vigor em 18 de setembro, disseram que o objetivo da medida é impedir protestos perto da residência oficial de Netanyahu em Jerusalém.
“Qual é o próximo passo? Proibir o líder da oposição de se dirigir ao parlamento?”, tuitou Yair Lapid, que lidera a oposição no Parlamento.
Durante semanas, milhares de manifestantes se reuniram para pedir a renúncia de Netanyahu.
As pesquisas de opinião mostram que apenas cerca de um quarto do público tem confiança na maneira como ele lidou com a pandemia, que em grande parte diminuiu durante o lockdown entre março e maio.
Horas antes da votação, centenas de israelenses protestaram em frente ao parlamento, chamando o limite de protesto de um golpe contra a democracia.