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    Parlamentar sueco se veste de drag queen para protestar contra intolerância

    Jan Jönsson gravou vídeo nas redes sociais para defender seu projeto cultural de contação de histórias, que vem sendo alvo de críticas por parte de políticos liberais e de ameaças por parte de grupos extremistas

    Jan Jönsson se "montou" para lutar contra o preconceito na Suécia
    Jan Jönsson se "montou" para lutar contra o preconceito na Suécia Divulgação/Liberaderna

    Fábio MendesPedro N. Jordãoda CNN

    São Paulo

    O vice-presidente da Câmara Municipal de Estocolmo (Suécia), Jan Jönsson, gerou polêmica ao se vestir como uma drag queen para protestar contra a intolerância em seu país.

    O vereador do Partido Liberal postou um vídeo em seus perfis nas redes sociais, na última terça-feira (13), trajando um longo vestido azul enfeitado de rosas vermelhas, maquiagem forte e uma peruca loira, além de longos cílios postiços.

    “Os contos de fadas não são perigosos para as crianças e nem as drag queens. Em contraste, o populismo e a intolerância destruíram os sonhos de muitos indivíduos ao longo da história”, afirma o parlamentar em texto que acompanha o vídeo.

    “Eles não ficarão satisfeitos até que o mundo inteiro esteja tão cinza e triste quanto o deles. Isso em um momento em que precisamos de mais glitter, amor e arco-íris”, completa no vídeo.

    A postagem foi uma resposta às críticas que Jönsson recebeu a uma proposta cultural de sua autoria: um programa de incentivo à leitura voltado para crianças, em que a contação de histórias é feita por drag queens. A iniciativa foi comprada por várias cidades e, nos últimos anos, se tornou uma onda cult no país.

    Com o passar do tempo, no entanto, foram surgindo críticas à medida por parte de conservadores.

    Integrante do partido de direita SD, o vereador Jonathan Sager deu declarações aos jornais locais classificando a iniciativa como “nojenta”. Ao jornal Dagens Samhälle, ele afirmou que sua legenda ia apurar os “gastos públicos com coisas impróprias”.

    Mas o pior foram as ameaças de violência por parte de grupos radicais. Em 2020, um grupo de extrema-direita bloqueou bibliotecas nas cidades de Täby e Nykvarn.

    No ano passado, uma contação de histórias em Olofström deixou de acontecer de forma presencial e foi convertida em uma live pela internet como forma de desviar das constantes ameaças. Em algumas cidades foi preciso contratar seguranças e em outras não tiveram outra saída a não ser cancelar as apresentações.

    Toda a perseguição às medidas motivou Jönsson a gravar o vídeo. Para “se montar”, ele recorreu à vencedora do reality show Drag Race Suécia, Admira Thunderpussy.

    “Queremos defender as drag queens e o direito de todos se expressarem. Ninguém deveria hesitar em exercer seu direito à liberdade de expressão por medo”, disse à emissora TV4.