Papua-Nova Guiné ordena retirada após deslizamento que deixou milhares soterrados
As autoridades dizem que as chances de encontrar sobreviventes são pequenas, mesmo com as equipes de socorro chegando à região
Papua-Nova Guiné ordenou que milhares de moradores fossem retirados do caminho de um deslizamento de terra ainda ativo, nesta terça-feira (28), depois que partes de uma montanha desabaram, soterrando pelo menos 2.000 pessoas, de acordo com estimativas do governo.
As autoridades disseram que as chances de encontrar sobreviventes eram pequenas, mesmo com as equipes de socorro chegando à região de Enga, no norte da nação do Pacífico, de difícil acesso, desde sexta-feira (24).
A chegada de equipamentos pesados e ajuda tem sido lenta devido ao terreno traiçoeiro e à agitação tribal na área remota, forçando os militares a escoltar comboios de equipes de socorro.
Os moradores têm usado pás e suas próprias mãos para procurar sobreviventes.
“A área do deslizamento de terra é muito instável. Quando estamos lá em cima, ouvimos regularmente grandes explosões onde a montanha está, ainda há pedras e detritos caindo”, disse à Reuters o presidente do comitê de desastres da província de Enga, Sandis Tsaka.
Segundo ele, os militares montaram postos de controle e estavam ajudando a levar os moradores para os centros de retirada.
As Nações Unidas disseram na terça-feira que seis corpos foram recuperados até o momento e que o total da população afetada, incluindo aqueles que precisam de possível retirada e realocação, foi estimado em 7.849. Um funcionário da Organização Internacional para as Migrações afirmou que uma ponte caiu na principal rodovia para o local, forçando os comboios de ajuda a tomar uma rota mais longa.
Papua-Nova Guiné sofre regularmente com deslizamentos de terra e desastres naturais que raramente chegam às manchetes, mas esse é um dos mais devastadores que o país já viu nos últimos anos.
O governo estima que mais de 2.000 pessoas tenham sido soterradas no deslizamento de terra ocorrido na sexta-feira, um número muito maior do que o da ONU, de 670 possíveis mortes, e do que as estimativas muito mais baixas de algumas autoridades locais.