Papa Francisco rejeita renúncia de arcebispo alemão por escândalo de abusos
Segundo o Vaticano, Stefan Hesse, arcebispo de Hamburgo, faltou com atenção e sensibilidade para com as vítimas, mas não teve intenção de encobrir casos
O papa Francisco rejeitou a renúncia do arcebispo de Hamburgo, que se ofereceu para deixar o cargo depois de um relatório apontar que ele, entre vários funcionários do alto escalão da Igreja Católica na Alemanha, violaram seu dever de lidar com casos de abuso sexual.
Em um comunicado, o Vaticano disse que examinou minuciosamente os documentos relacionados ao arcebispo Stefan Hesse, ex-chefe de pessoal e administração da arquidiocese de Colônia.
Embora tenha identificado deficiências na organização de seu escritório e erros pessoais de procedimento, não encontrou nenhuma intenção de encobrir abusos, afirmou o Vaticano no texto publicado no site da Conferência Episcopal Alemã.
“O problema básico, no contexto mais amplo da administração da arquidiocese, era a falta de atenção e sensibilidade para com as vítimas de abuso”, disse o documento.
O arcebispo ofereceu sua renúncia em março, após a publicação de um relatório de 800 páginas sobre o tratamento de casos de abuso na arquidiocese de Colônia, que encontrou mais de 200 abusadores e mais de 300 vítimas entre 1975 e 2018.
“Em vista do fato de que o arcebispo reconhece os erros que cometeu no passado com humildade e ofereceu sua renúncia, o Santo Padre… decidiu não aceitar a renúncia”, disse o Vaticano.
Os bispos disseram que uma discussão sobre o relatório dos abusos na arquidiocese de Colônia, que tem o maior número de membros entre todas as dioceses de língua alemã no mundo, está prejudicando a Igreja Católica em todo o país.