Pandemia do novo coronavírus surgiu em laboratório na China, diz ex-chefe do CDC
Teoria do ex-chefe do órgão norte-americano não possui evidências; OMS afirma que incidente relacionado ao laboratório é “extremamente improvável”
O ex-chefe dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), Robert Redfield, disse que a pandemia do novo coronavírus veio de um laboratório na China. A declaração foi repassada ao médico correspondente da CNN, Sanjay Gupta, nesta sexta-feira (26).
É uma teoria polêmica e politicamente carregada, já que não houve evidência clara para apoiar a informação de “vazamento de laboratório”.
Gupta avaliou que “ainda não sabemos – um ano depois – exatamente como esta pandemia começou”.
Para o médico, há um “vai e vem” acontecendo quando se trata das origens da pandemia, com autoridades ao redor do mundo alegando diferentes teorias.
“As autoridades chinesas começaram a apontar cada vez mais para uma teoria de origem múltipla, dizendo que esta pandemia pode ter começado em vários lugares ao redor do mundo, incluindo laboratórios militares dos EUA. Isso não tem fundamento”, ressaltou Gupta.
Investigações da OMS
Após os comentários de Redfield, uma equipe da Organização Mundial de Saúde (OMS) que explora as origens do novo coronavírus em Wuhan, China, deve divulgar um relatório de suas descobertas em breve. Mas, antecipadamente, afirmou que um incidente relacionado ao laboratório é “extremamente improvável”.
Segundo a equipe, as causas mais prováveis de transmissão do vírus Covid-19 para humanos são a introdução por meio de uma espécie hospedeira intermediária ou a transmissão pelo comércio de produtos congelados. Também houve investigação da transmissão direta de um reservatório animal para humano.
No início de fevereiro, o especialista da OMS Peter Ben Embarek disse que a análise sobre as origens do coronavírus em Wuhan identificou dois cenários que provavelmente causaram a transmissão da Covid-19 à população humana.
“Nossas descobertas iniciais sugerem que a introdução por meio de uma espécie hospedeira intermediária é o caminho mais provável e uma forma que exigirá pesquisas direcionadas mais específicas”, declarou Embarek, acrescentando que a possibilidade de transmissão através do comércio de produtos congelados também é provável.
De acordo com o especialista, a equipe havia sondado outras duas hipóteses. A primeira era um “transbordamento zoonótico direto”, ou seja, transmissão direta de reservatório animal para humano.
“A hipótese de um transbordamento direto de uma fonte animal original para a população humana também é um caminho possível e está gerando recomendações para estudos futuros”, disse.
A segunda hipótese era a possibilidade de um incidente relacionado ao laboratório. Para Embarek, “os resultados sugerem que a hipótese laboratorial é extremamente improvável de explicar a introdução do vírus na população humana”.
(Texto traduzido. Clique aqui para ler a versão original em inglês)
