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    COP27

    Países das maiores florestas tropicais formam aliança tripla para preservação

    Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia lançaram formalmente uma parceria, após uma década de negociações sobre aliança trilateral

    Stanley WidiantoJake SpringBernadette Christinada Reuters

    em Bali, em Sharm el-Sheikh e em Jacarta

    As três nações das maiores florestas tropicais do mundo, Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia, lançaram formalmente na segunda-feira (14) uma parceria para cooperar na preservação das florestas após uma década de negociações sobre uma aliança trilateral.

    A Reuters informou em agosto que Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito do Brasil, no final de outubro, buscaria uma parceria com as duas outras nações líderes em florestas tropicais para pressionar o mundo rico a financiar a conservação florestal.

    A rápida destruição das florestas tropicais, que através de sua densa vegetação servem como sumidouros de carbono, libera dióxido de carbono que aquece o planeta, colocando em risco as metas climáticas globais. O reflorestamento da selva anteriormente desmatada tem o benefício de remover os gases de efeito estufa já presentes na atmosfera.

    Representantes dos três países, que representam 52% das florestas tropical do mundo, assinaram a declaração conjunta nas negociações na Indonésia antes do G20, o grupo dos 20 países industrializados, que começa nesta terça-feira (15).

    “A cooperação sul-sul – Brasil, Indonésia, RDC – é muito natural”, disse a ministra do Meio Ambiente da República Democrática do Congo, Eve Bazaiba, antes da assinatura.

    “Temos os mesmos desafios, a mesma oportunidade de ser a solução para as mudanças climáticas”.

    No acordo, a aliança dizia que os países deveriam ser pagos pela redução do desmatamento e pela manutenção das florestas como sumidouros de carbono.

    Os países também trabalharão para negociar “um novo mecanismo de financiamento sustentável” para ajudar os países em desenvolvimento a preservar sua biodiversidade, bem como aumentar o financiamento por meio do programa REDD+ das Nações Unidas para reduzir o desmatamento.

    As negociações do G20 coincidem com a segunda e última semana da cúpula climática da COP27 das Nações Unidas no Egito, onde a conselheira ambiental de Lula, Izabella Teixeira, disse que o Brasil buscará o envolvimento de outros países da bacia amazônica, que abrange nove nações.

    “As florestas importam, a natureza importa. E acredito que sem proteção da Amazônia não podemos ter segurança climática”, disse Izabella, que foi ministra do Meio Ambiente de Lula durante seu mandato anterior, que terminou em 2010.

    “Acredito que o Brasil deve promover que outros países se unam”.

    As negociações sobre a aliança para proteger a floresta tropical até agora fracassaram devido a “dificuldades institucionais”, disse Izabella.

    A declaração conjunta citou uma reunião dos três países na cúpula do clima do ano passado em Glasgow que injetou impulso nas negociações. Elas se concretizaram nas últimas semanas da presidência de direita de Jair Bolsonaro (PL) antes de Lula assumir o cargo em 1º de janeiro.

    (Edição: William James e Barbara Lewis)