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    Órgão da ONU vê indícios de atividade nuclear com plutônio na Coreia do Norte

    A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) não tem acesso ao estado desde que Pyongyang expulsou seus inspetores em 2009

    François Murphy, , da Reuters, em Viena

    O órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) que monitora a atividade nuclear mundial viu indícios na Coreia do Norte de possíveis trabalhos de reprocessamento para separar o plutônio do combustível usado em reatores, que poderia ser usado em armas nucleares, disse o chefe da agência na segunda-feira (7).

    A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) não tem acesso ao estado desde que Pyongyang expulsou seus inspetores em 2009. O país então avançou com seu programa de armas nucleares e logo retomou os testes nucleares. A última detonação de uma arma nuclear foi em 2017.

    A Aiea, com sede em Viena, agora monitora as atividades norte-coreanas em locais, que incluem o principal complexo nuclear em Yongbyon, à distância, usando principalmente imagens de satélite.

    Em uma atualização trimestral de uma reunião do Conselho de Governadores da agência composta por 35 nações, o diretor-geral da Aiea, Rafael Grossi, disse que vapor continua a emergir de uma planta que servia a um laboratório de reprocessamento em Pyongyang. Ele já havia relatado um aumento da emissão na última reunião dos lideres.

    “A usina a vapor que atende o Laboratório de Radioquímicos continuou a operar desde minha última declaração ao Conselho em março”, disse ele no texto de um discurso.

    “O tempo de duração dessa operação é compatível com o tempo necessário para uma campanha de reprocessamento no Laboratório de Ramoquímica. Não é possível, porém, constatar que o reprocessamento está ocorrendo”, acrescentou.

    Não houve nenhuma indicação nos últimos três meses de operações no principal reator de 5 megawatts da Coréia do Norte em Yongbyon, o qual acredita-se ter produzido plutônio para armas. A Aiea já havia dito que as atividades provavelmente foram encerradas em dezembro de 2018.

    Também não há indícios de que uma instalação de Yongbyon onde os especialistas acreditam que ocorra o enriquecimento esteja em operação, acrescentou, e um trabalho de construção interno experimental de um reator de água leve aparenta estar ativo.

    Grossi acrescentou, no entanto, que havia “indicações contínuas de atividade” em uma instalação nos arredores de Pyongyang chamada Kangson, que atraiu a atenção como um potencial local de enriquecimento.

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